quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Chávenas

Acho piada às coincidências de gostos e compras que por vezes acontecem entre os membros desta pequena comunidade  que partilha os mesmos interesses, mesmo não se conhecendo e vivendo a quilómetros de distância uns dos outros, não havendo por isso,  oportunidade de se influenciarem mutuamente. Claro que não me refiro a algumas compras que, no meu caso, já fiz, porque influenciada pelo que fui vendo "aprendi" a gostar de determinada padrão, ou fabricante, como é, por exemplo  o caso destes pratos.

Ontem, quando vi estas taças da Maria Andrade percebi que havia mais uma coincidência, pois, há bem pouco tempo, comprei na feria de velharias de Barcelos uma chávena de café que, para além do mesmo padrão é igualmente obra do mesmo fabricante.
Cá está ela.


As marcas e sinais do pires e da chávena não são  iguais. Será que acontece o mesmo com as taças da Maria Andrade?
O tardoz do pires é  igual ao da Maria Andrade, variando talvez na pequena sinalética.
A cor utilizada para a marca da chávena e do pires, são diferentes. 
Será que originariamente, não foram peças do mesmo serviço? Ou a cada formato corresponderia uma cor?

A chávena que se segue, não tem mistérios e foi comprada no mesmo dia. É da Vista Alegre, pintada à mão e os seus tons, de rosa e lilás tornam-na diferente do habitual.
Apesar de ter consultado com muita  atenção o Dicionário Marcas de Faiança e Porcelana Portuguesas,  não consegui encontrar nenhuma marca exatamente igual a esta, pelo que tomo como referência  a mais parecida e que sendo assim, situa o fabrico desta chávena entre 1894/99.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dançando ao vento

Num outono que teima em não aparecer e num época de árduo e inglório trabalho, revisito alguns locais que calcorreei em outros tempos não muito distantes.

A foto que se segue, e a que dei o título "Dançando ao vento", foi tirada durante uma caminhada em plena serrania, da qual  já não recordo o nome.
Estes ramos secos e retorcidos, tendo a serra como cenário lembraram-me os movimentos graciosos do ballet clássico, e não resisto em fazer "dois em um" e juntar a este post  um video de um dos momentos do 4º ato do  Lago dos Cisnes.


 Margot Fonteyne e Rudolph Nureyev, é um par mítico para as pessoas da minha geração, que gostam de dança clássica, não só pelo grande virtuosismo das suas técnicas, mas também, pelas  histórias de vida de cada um deles, especialmente a dele que, nascido na Rússia Soviética, dá o "salto" para  Ocidente quando se encontrava em digressão em Paris. Já  em pleno aeroporto, para iniciar a sua viagem de regresso a Moscovo, quebra as barreiras de segurança e pede asilo político. Cresci e formei-me enquanto pessoa ouvindo e lendo comentários e críticas enaltecendo a obra destes dois bailarinos. Recordo que fiquei estupefacta quando descobri, que entre os dois, que interpretaram  essencialmente pares românticos havia uma diferença de vinte anos! Aqui fica um pas-de-deux memorável.

Tirada no mesmo dia, e ma mesma serra. Gosto do contraste entre os diferentes elementos e cores. O céu azul confunde-se com o verde da vegetação e cria a ilusão de uma linha curva. 



Estes troncos, não pertencem a nenhum dos cenários do filme "O senhor dos Anéis", mas antes, à Mata do Buçaco. Não será preciso uma mente muito fantasiosa, para  imaginar, neste lugar mágico, Elfos, anões e Orcs, a saltarem,  de cada um dos frondosos e, por vezes húmidos trilhos.
Vale a pena uma visita a este local, pelo seu  grande património botânico, arquitetónico, religioso, militar e histórico. O hotel, que já foi  palácio, é sublime! Só o conheço por fora ! :)

domingo, 2 de outubro de 2011

Prato em faiança

Gosto deste prato com um peru azul, pintado no centro. De todos os pratos rústicos que tenho, este, é do que mais gosto.

Do que vou observando, parece-me que este tema, não é frequente na decoração das nossas faianças, sendo mais vulgar nas faianças inglesas.
Apesar desta minha constatação e mesmo não estando  marcado, não duvido da sua origem portuguesa. O tipo de pasta é muito semelhante a outros que andam cá por casa incluindo o seu tom  amarelado. Talvez isto, não baste para concluir nada, mas é esta a minha convicção.


Se para representar a folhagem, não restam dúvidas, que foi utilizada o esponjado, já para o peru, não sei, qual foi o tipo de técnica usado. Parece-me uma técnica mista, em que sobre o esponjado, aplicaram um stencil, para melhor conseguirem os pormenores.

Este meu prato, para além de colado está gateado e, nenhum destes trabalhos está muito sólido.  A  propósito dos "gatos" e outros consertos que se faziam antigamente, descobri o blog, Past imperfect, the arte of inventive repair do Andrew Baseman  que coleciona objectos reparados com peças de metal e não podia deixar de partilhar convosco. Vejam. Tem uma coleção muito interessante e fora de vulgar.
A fotografia abaixo ainda é do meu prato :)