quinta-feira, 29 de março de 2012

Azulejos de Guimarães

Este post do Luís acelerou  a publicação do post de hoje,  pois a combinação geométrica dos azulejos da torre sineira de Fronteira fez-me lembrar, os que irei mostrar a seguir, e que revestem as paredes de duas casas, que ficam  em ruas muito próximas uma da outra, conseguindo formar um recanto muito bonito.

A colocação dos azulejos desta primeira casa, é mais complexa do que a da segunda. Parece-me, que terão sido necessários muitos cálculos, para que esta bela  composição repetitiva, "batesse certo". Gosto do remate de linhas oblíquas.

Pormenor da fachada. Cada azulejo, isoladamente, é muito simples; uma diagonal traçada entre os dois vértices do quadrado e um dos cantos  pintado. E a partir destes elementos tão simples, com arte e engenho conseguiu-se uma composição muito bonita.
A composição geométrica da segunda casa, parece-me mais simples, mas, não é  menos bonita.
Tenho pena de não ter conseguido uma fotografia completa da fachada da casa, mas a rua é tão estreita, que não permitiu. Tentei de várias maneiras, mas não consegui melhor.

Nesta foto, em que procuro mostrar a fachada  mais em pormenor, pode-se ver o o remate utilizado, cujo padrão faz lembrar os frisos geométricos, utilizados na Grécia Antiga.

terça-feira, 27 de março de 2012

Bule com casario

Nos últimos dias do passado verão comprei este bule e  este prato quase de uma assentada :). Comprei-os em casas diferentes, mas na mesma rua, uma rua estreitinha,  muito característica, onde prevalece o comércio tradicional,  que eu cada vez mais aprecio.
A casa, é uma boa casa de autênticas velharias, suficientemente grande e bem abastecida  para eu me deixar ficar por lá esquecida, a mirar e a mexericar. Neste caso acrescentarei o tagarelar, pois, o dono da loja para além da simpatia, era um bom conversador.
O bule, que apresenta a mesma decoração dos dois lados, está, como se pode ver, muito estragado  mas não lhe resisti aos encantos. Não tem tampa e a asa está no estado que se vê. Comprei-o por  tuta e meia e vim de lá toda realizada:)

Na fotografia abaixo mostro um pormenor da decoração do bule, pois sei, que para os entendidos pode ser uma pista, que ajude a chegar à sua origem, sabendo de antemão o quanto é difícil fazê-lo, quando não há marcas.
Seguindo a sugestão da Maria Isabel, mostro o  fundo  do bule, pois este pormenor, poderá será mais um elemento a ajudar os entendidos no estudo ou identificação de peças.

domingo, 18 de março de 2012

Prenúncios de primavera no meu jardim

Flores do jasmim - amarelo, que por não terem aroma, não concorrem com as espécies de flor branca, estas sim, de intenso odor, e por isso mesmo, indispensáveis na indústria da  perfumaria. O jasmim  sendo originário da China propagou-se por toda a  península Ibérica, pela mão dos povos árabes, quando, em tempos remotos, estes, a colonizaram. O poeta sírio Nizar Kabbani, na sua obra  magistral Mensaje de amor a España alude  às marcas deixadas  pela pela civilização árabe questionando num dos versos: "Acaso haveis ouvido falar de uma conquista que deixou atrás de si mil livros de poesia, mil alvercas de água e plantados mil pés de jasmim?"
O meu jasmim- amarelo que foi plantado junto ao estendal para o camuflar, volta e meia, mistura-se com a roupa estendida exigindo "um chega para lá" constante dos seus ramos. Confesso, que tive preguiça de apanhar a toalha que secava, não pensando na altura, que tal pormenor, poderia até, beneficiar a fotografia.

 Em baixo, um botão de sardinheira fotografado numa recente manhã de chuva miudinha.

Rebentos da minha pitangueira que foi tratada com mil cuidados ao longo de todo o inverno, não me tendo eu, ainda, atrevido a mudá-la do vaso para o jardim. No próximo outono farei isso. Até lá, já sei que a espreitarei quase diariamente, esperando que, tal como na última primavera, ela floresça. Quanto a ter pitangas :) já sei que tão cedo isso não acontecerá.

Esta última fotografia não estava prevista para este post , mas uma vez que veio a propósito, aqui fica  uma das três flores que a pitangueira deu o ano passado.

sábado, 10 de março de 2012

Montras - II

Hoje, volto ao tema "Montras",  que só muito recentemente descobri ser interessante para fotografar. A  da foto que se segue, por exemplo, remeteu-me de imediato para a pintura de Henri Rousseau, pintor francês, que  só muito tardiamente foi reconhecido como tal. Foi recusada, por exemplo, a sua participação, nas exposições organizadas pelo Salon de Paris, instituição oficial, e ao que parece, pouco aberta a  novas ideias. Rousseau participou em várias exposições independentes, que foram surgindo em oposição à entidade oficial, como por exemplo o Salon des  Refusés e o  Salon des Indépendants, entre outras.
Mas voltando à minha foto. A associação ao quadro, "O sonho"  foi inevitável. Os elementos comuns à pintura em questão e à montra  justificam-na.  Estão lá, a selva e o exotismo, representados na minha foto pelas folhas de palmeira, o capacete colonial, o colar havaiano, o leão, os frutos etc. E depois, reparem, para além da nudez do  manequim, há a sua posição corporal, muito semelhante à do quadro. Os lustres da fotografia e o sofá da pintura, que a mim me parece de veludo vermelho, poderiam coabitar no mesmo salão. Estarei eu tremendamente sugestionada? Ou será que realmente o "O sonho" inspirou o criador desta montra?
"O sonho" daqui