quinta-feira, 26 de abril de 2012

Histórias para as crianças do meu tempo

Já não me recordo em que "post" ou comentário falei sobre uma coleção de livros infantis que fez as minhas delícias em criança, mas sei muito bem o que disse a propósito desses livros. E o que disse,  baseou-se  nas minhas recordações de criança, obviamente  distantes no tempo :) e por isso, sei-o agora, distorcidas. Disse por exemplo, que o que mais recordava eram as ilustrações, especialmente as coloridas, que separavam as várias histórias, e que  atualmente, estava até convencida de que estas ilustrações seriam pormenores retirados de pinturas ou gravuras   mais ou menos conhecidas. Engano meu!
Numa das últimas feiras de velharias aqui em Braga, encontrei um dos "meus" tão desejados livros que comprei sem pensar duas vezes. Ainda no  "Vianna", um dos cafés históricos de Braga,( infelizmente cada vez mais  descuidado), e no qual faço uma pausa antes do regresso a casa, comecei a folhear o meu livro apercebendo-me das diferenças entre o que a minha memória tinha retido e o que o livro era na realidade.
 Assim, as histórias do "meu" livro são uma adaptação de contos populares compilados por Fernando de Castro Pires de Lima, médico e escritor, que se destacou  no campo da Etnografia Portuguesa do século XX . 
Folha de rosto
As ilustrações que tanto me encantavam, são da autoria de Laura Costa ( 1910-1992),  uma reputada ilustradora de livros infantis (e não só) que, entre as várias  características dos seus trabalhos, representava os "maus" com feições simpáticas e  evitava retratar a suposta fealdade das personagens  malvadas que povoam estes contos tradicionais. As suas ilustrações, não contemplavam igualmente, as cenas violentas, frequentes  neste género de histórias ( Almanaque Silva).
Ao rever os desenhos dos sumptuosos vestidos, chapéus e toucados, das fadas e princesas que ilustram este livro,  não pude deixar de me lembrar das crinolinas, que ainda há bem pouco tempo foram tema de um dos posts do Luís. Em criança, eu tentava recriá-las recorrendo a restos de tecidos dos cortinados :) e era verem-me rodopiar pela sala fora, imaginando, já não sei muito bem o quê, mas acredito que, dançaria com algum príncipe encantado do meu tamanho :)

sábado, 7 de abril de 2012

Boa Páscoa

Com uma mão cheia de amêndoas desejo a todos os meus  queridos comentadores, seguidores e casuais leitores, uma boa Páscoa.

O pires onde pus as amêndoas, é da Vista Alegre e segundo o Dicionário de Marcas de Faiança e Porcelana Portuguesas, é uma das três usada entre 1924/47. É o que resta de algumas peças de um serviço de chá que havia em casa da minha avó materna.

Parece-me ser pintado à mão e acho as flores uma pequena delícia.
Nestas duas últimas, pormenores.
  Embora não seja muito dada a bordados, não posso deixar de  chamar a atenção para  o pequeno napperon, bordado da ilha da Madeira, e que me faz pasmar perante a arte destas bordadeiras.

Cá está o pires que este ano recebeu as amêndoas e que eu sei, que a  Maria Andrade  vai gostar de ver, assim vazio.