segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Faiança ratinha - Alguidar

Para o postal de Natal deste ano escolhi  a minha primeira peça de faiança ratinha comprada  recentemente na feira de Ponte de Lima. Trata-se de um alguidar com vinte e sete centímetros de diâmetro e para além da espiral central circunscrita por dois círculos concêntricos é decorada com grupos de três linhas em ziguezague nas cores verde, manganês e vinoso. A separar este conjunto de linhas aparecem, de forma alternada, grupos de filamentos ondulados e amarelos e um outro grupo, com uma linha azul em ziguezague pintada entre dois filamentos azuis ondulados. Muito harmoniosa.

Quando elegi esta peça para o tradicional post de Boas- Festas percebi, que só a poderia enquadrar num cenário muito rústico e singelo, como o foram todos esses homens e mulheres migrantes apelidados de Ratinhos, nome que acabou por batizar esta faiança originária das terras coimbrãs. As figurinhas do presépio são artesanato de Barcelos, compradas na sua feira semanal, quando eu ainda lá vivia. Num tranquilo passeio até ao Bom Jesus do Monte, apanhei as  folhas secas com que atapetei o chão em redor do meu presépio. Gostei tanto dele, que acabei por trazê-lo para dentro de casa :) Está agora mo meu hall de entrada. Resta-me desejar a todos o que me lerem, mas de forma muito especial aos meus queridos comentadores, um feliz Natal e um novo ano cheio de alegrias.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cores de outono

Neste já quase inverno, mostro as cores de outono captadas em Sernancelhe, numa não muito distante e suave caminhada (apenas sete quilómetros), pela paisagem outonal mais bonita que alguma vez vi.

Foram quilómetros, ao longo de uma paisagem de seculares soutos  matizados em  tons de castanho, onde, os ouriços, aos milhares caídos pelo chão eram reis.

Percebe-se nestas paisagens a rudeza e a dureza da vida “…pobrinha, castigada pelo meio natural””, que Aquilino Ribeiro refere no  romance  "Terras do Demo" e que, ainda hoje se vão mantendo, apesar de disfarçadas com as comodidades da vida moderna.

Mas nem só com a beleza dos soutos nos encantámos. Os cogumelos, apesar  do adiantado da época fizeram as delícias dos seus apreciadores. Apanharam-se boletos, míscaros, sanchas e outros, enquanto se trocavam receitas e opiniões sobre a toxicidade ou não de alguns espécimes. Eu limitei-me a fotografá-los e a prometer aos micólogos mais insistentes que qualquer dia me iria atrever a provar tais iguarias. Escusado será dizer que me lembrei muito da Maria Andrade a quem dedico a foto abaixo.