terça-feira, 24 de julho de 2012

Leiteira "silvinhas"


Cá está a pequena leiteira de que falei neste post do Luís e neste da Maria Andrade.É a única peça que tenho com esta decoração, parece-me bastante antiga e, à exceção de uma ininteligível marca incisa, não apresenta mais sinal nenhum.

As marcas que se conseguem ver na base da leiteira

Apesar do motivo, não creio que seja da Vista Alegre, pois é de uma pasta pesada e o tipo de asa, não me parece ser caraterístico desta fábrica. Mas estou no campo da pura suposição. Na foto de baixo, mostro o remate da decoração central que faz lembrar um Y e ainda não vi em mais nenhuma peça.

Em baixo um pormenor das minhas Silvinhas:) Será que o nome atribuído pelos colecionadores a este motivo tem alguma relação com as flores das amoreira-silvestres, as nossas vulgarmente designadas silvas e que são uma autêntica praga, quando aparecem num jardim? Anos a fio, todos os verões combati ferozmente com as silvas do terreno vizinho, que invadiam o meu jardim. Saí sempre arranhada e nunca vitoriosa :) Agora já tenho vizinha, foram-se as silvas, mas "ganhei" outras coisas :(


À falta de silvas para fotografar mostro um botão da minha roseira Santa Teresinha, que em maio se encontra no seu esplendor máximo. Agora, as flores já rareiam e para conseguir esta foto, tive que trepar a um escadote, até ao último degrau:)

A seguir uma rosa completamente aberta e outro botão. É caraterístico desta espécie uma floração abundante por volta  de maio e mais modesta no verão.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Janelas, sombras e penumbras


Creio que foi já no ano passado, que uma caminhada através do Caminho de Jacinto nos levou, até à Quinta de Vila Nova, em Baião, agora designada por Casa de Tormes, vulgo casa de Eça de Queirós e que apesar de ele nunca a ter habitado, a imortalizou no seu romance "A Cidade e as Serras". O conjunto formado pela casa, capela e jardins é bonito, mas não gostei da fachada, achei-a demasiado rude e austera. As duas escadarias paralelas uma à outra também não primam pela elegância.
A fotografia que se segue é de uma das janelas da capela, que achei encantadora, mesmo sabendo que o seu recheio, pouco ou nenhuma relação terá com a casa que o escritor conheceu.
Em baixo, em estilo neomanuelino, uma janela do Hotel do Bussaco. Há alguns anos, publiquei-a no site de fotografias Olhares e dei-lhe o título de " Perscrutando", pois foi isso precisamente que eu fiz, quando vi  a maravilhosa porta rendilhada que está em segundo plano. Creio que me cheguei a pôr em bisco de pés, para a ver melhor.

A última, e de todas que mostro, é a que mais me cativa. É o resultado das brincadeiras de um grupo de crianças, que, não cumprindo as regras da sala, não arrumou os jogos quando chegou a hora do recreio deixando os bonecos assim colocados no parapeito da janela, por trás de uma tela. Estava um dia de sol aberto e as sombras projetadas em contraluz provocaram este efeito muito giro. Sentei-me a apreciar o resultado engraçado, e dei comigo a conseguir ver o Major Alvega, Corto Maltese e até mesmo o Tintim, numa qualquer aventura africana :) Quando as crianças entraram novamente na sala, chamei a sua  atenção para o efeito provocado. Acharam muito piada e claro que durante uma temporada, as experiências sucederam-se com os mais variados materiais. Eu aproveitei o seu entusiasmo, para explorar com eles, algumas noções básicas e adequadas à sua idade, sobre  os efeitos de luz e sombra. Acredito que todas as matérias são passíveis de serem explicadas às crianças, desde que as adequemos ao desenvolvimento cognitivo de cada uma (Bruner).