quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Azulejos da casa do Conde de Pinhel

Em Vila Nova de Foz Côa, esta casa que atraiu a minha atenção pelo conjunto de azulejos que encimam todas as janelas e portas é   conhecida como  "A casa do conde de Pinhel".
Fachada principal
Vá-se lá saber porquê, sempre achei que tal designação não tinha fundamento, que ali, nunca nenhum conde de Pinhel teria vivido. Para fazer  este post resolvi,  então,  tirar estas dúvidas a limpo e efetuar uma pequena pesquisa sobre esta casa. Pouco ou nada encontrei, a não ser uma alusão feita numa interessante comunicação sobre a "Memória Antoniana em Vila Nova de Foz Côa", no capítulo que toca ao património construído nesta vila. Para mim foi importante esta referência pois deu sentido à informação inicial e da qual eu duvidara, por  nunca ter encontrado dados que  relacionassem  esta casa ao Conde de Pinhel (todos me conduziam aos seus palacetes do Porto, Lisboa e claro Pinhel - a Casa Grande_) cheguei até, a pôr a hipótese, de tal designação se dever a qualquer historieta popular sem qualquer tipo de fundamento.A brevíssima referência que descobri levam-me agora  a crer que esta casa tenha realmente pertencido ao 1º conde Pinhel, título criado pelo  rei D. Carlos a favor de Manuel António de Almeida.
Fachada lateral

O seu interesse estético reside no conjunto  formado pelas janelas e portas com  molduras de granito encimados por bonitos conjuntos de azulejos, com dois querubins que ladeiam a composição e que, olhando para baixo parece que  zelam as entradas da casa. Não fossem  estes pormenores arquitetónicos e esta, seria uma casa sem atrativos especiais.

Questiono-me sobre a  época destes azulejos e qual a sua proveniência. Será que fizeram parte da conceção original da casa, ou terão sido colocados posteriormente?

A casa  corresponde  à época em que viveu o 1º conde de Pinhel (1860-1929) e   muito provavelmente foi recebendo obras ao longo do tempo que podem ter alterado a construção inicial.
Pormenor dos azulejos
Estas são questões que me foram surgindo, mas que, de  forma  alguma,  foram motivadoras deste post. Esse mérito é exclusivamente  destas portas e janelas e dos seus azulejos rigorosamente iguais, formando assim um conjunto extremamente harmonioso. Não posso terminar sem referir que, quando se vê tanto património arquitetónico mal tratado e abandonado,  é um bálsamo, encontrar casas tão bem preservadas e cuidadas como esta.