Em meados de Junho, resolvi fazer uma sementeira de mamoeiros, ou papaeiras ( o fruto é o mesmo, e na minha terra, o mais arredondado é designado por mamão), aproveitando as sementes de uma saborosa papaia.
As sementes deste fruto apresentam-se envolvidas numa membrana gelatinosa, pelo que, primeiro, as pus a secar durante vários dias.
Cá estão elas, já secas e prontas a irem para a terra.
Como sou uma cidadã com preocupações ambientais, tento não me ficar pelas boas intenções, e, sempre que posso ponho em prática o que vou ensinando às minhas crianças. De facto, cá em casa vamos no bom caminho: separamos o lixo, o óleo alimentar, apesar de pouco utilizado vai para um bidão próprio, quando há tempo e paciência aumento a minha caixa de compostagem com o resto dos vegetais crus etc. Assim, aproveitei uma útil e até bonita embalagem de morangos, fiz-lhe pequenos furos para escoar a água da rega, enchi- a de terra ,tracei pequenos sulcos e lá depositei as sementes da saborosa papaia.
A germinação foi lenta, apesar de as ter posto num local com bastante sol. Já quase se tinham passado duas semanas, e apesar de todos os meus cuidados, os rebentos não brotavam; pensava eu, que por se tratar de pequenas sementes, a germinação seria muito rápida. Coisas de jardineira amadora !
A foto que se segue foi tirada no início deste mês, teriam portanto, as novas plantas, cerca de mês e meio. Começa-se já a perceber o característico recortado das folhas do mamoeiro, que, em Angola, eram utilizadas para amaciar a carne, especialmente a de bifes.
Tirada no mesmo dia e de outro ângulo, para melhor se poderem ver os caules cilíndricos, que estão ainda muito finos mas que poderiam atingir , na sua fase adulta ,(caso estivéssemos num clima tropical) entre 10 a 30 cm de diâmetro e oito metros de altura.
Como tinha muitas sementes, sobraram-me algumas que fui espalhando por vários vasos e canteiros.
Num vaso, onde tenho uma pitangueira, uma das sementes germinou muito mais rapidamente do que todas as outras, resultando num outro pé de mamão, muito maior do que os semeados na caixa de morangos. A diferença do ritmo de crescimento poderá dever-se à terra utilizada, ou à exposição solar.
Em meados de Setembro, vou replantar todos os rebentos para um vaso maior, e abrigá-los durante as noites e dias frios, na esperança de que resistam às temperaturas baixas aqui do norte ,e que, pelo menos ,cheguem a florescer.
Na impossibilidade de ilustrar com uma fotografia minha, uma carica papaya adulta, ou seja um mamoeiro, optei por utilizar uma imagem do guia medicinal, "Plantas Medicinais de Kohler", publicado em 1887, da autoria (?) de Franz Eugen Kohler e com ilustrações de Walther Müller e C.F. Schmidt Acho que, nenhuma Macro por mim tirada, conseguiria tais detalhes.Mais gravuras desta obra publicada em três volumes, podem ser vistas aqui
Na impossibilidade de ilustrar com uma fotografia minha, uma carica papaya adulta, ou seja um mamoeiro, optei por utilizar uma imagem do guia medicinal, "Plantas Medicinais de Kohler", publicado em 1887, da autoria (?) de Franz Eugen Kohler e com ilustrações de Walther Müller e C.F. Schmidt Acho que, nenhuma Macro por mim tirada, conseguiria tais detalhes.Mais gravuras desta obra publicada em três volumes, podem ser vistas aqui
Olá Maria Paula que saudades...
ResponderEliminarSabe que adoro mamão e papaia. Há anos fiz exatamente o que fez, cresceram muito num vaso da varanda. Na minha tentativa de transplante para o quintal da casa rural dei conta que a raiz é muito comprida e branca...mas por falta de não estar lá para regar não vingaram. Continuo todos os anos a guardar as sementes que geralmente compro pelo natal, páscoa e aniversários..acabam por apodrecer. O problema é que não tenho nenhum sitio abrigado para elas vingarem, acho,mas gostava muito. A minha sogra há anos falou-me que quando era rapariga conheceu uma planta de mamão em Ferreira do Zezere possivelmente ttrazida por colonos.Num jardim junto ao Cristo Rei vi um arbusto mamoeiro com mamões grandes.
Havemos de ter mamoeiros, sim senhora!
Boa semana
Beijos
Isabel
Olá Maria Isabel!
ResponderEliminarTambém gosto muito de mamão e este ano, resolvi fazer a experiência, que, até agora, tem sido um êxito :)Só temo, que no momento de as mudar para um vaso maior elas não aguentem.
Há bastantes casos de árvores de frutos tropicais, que, por se encontrarem numa área de microclima se desenvolvem bastante, embora,os seus frutos,dificilmente atinjam um nível de maturação suficiente para poderem ser consumidos. Em casa da minha avó paterna, também há um enorme abacateiro que se fica pela floração :)
Maria Isabel, se vou ter mamões ou não, não sei, mas a minha pitangueira (plantada em vaso a primavera passada)deu duas ou três lindas flores e as pitangas já se adivinham ! :)
Quando estiverem um pouco maiores, mostro-as.
Beijos
Maria Paula
Olá Maria Paula,
ResponderEliminarNão sou muito dada a semeaduras ou sementeiras, mas apreciei aqui a descrição do processo e gostei de o ver bem sucedido com as plantas já a crescer.
Às vezes seco e guardo sementes de fruta ou de flores, mas depois esqueço-me delas e quando me lembro já não é altura de semear... Se as semeio, não tenho os cuidados que teve a Mª Paula e a coisa não resulta...
Enfim, "cada um é pró que nasce" e essa não é decididamente a minha área.
Gosto de plantar ou de transplantar flores e árvores, mas destas, apesar de protegidas, muitas acabam por secar ou são comidas por uns animais vorazes que tenho por aí à solta... Eu continuo a insistir, mas tenho tido muitos desgostos... :)
Cá fico à espera de ver os mamões e as pitangas!
Esqueci-me de lhe dizer, Maria Paula, mas gostei muito de ver a casa onde nasceu.
ResponderEliminarTão graciosa, com aquele telheiro na entrada, os beirais, as trepadeiras, os canteiros à volta...
Uma casa portuguesa, concerteza, só que presumo se localizava num longínquo lugar de Angola...
Um abraço
Cara Maria Andrade´
ResponderEliminarSem sombra para dúvidas, sou uma amante de tudo o que seja mexer na terra. Cavar, semear, plantar,arrancar, experimentar é comigo :)Tenho pena de não ter uma horta,pequena! O meu jardim, não é muito grande, mas mesmo assim, arranjo sempre uns espaços, para os meus devaneios de jardinagem e horticultura; este último, resume-se, a muito pouco!
Tal como a Maria Andrade referiu a casa da fotografia é de traça bem portuguesa,e situa-se numa pequeníssima, mas requintada povoação angolana. Fazia parte do álbum da minha avó paterna. Enviou-lha o meu pai, poucos meses depois de eu nascer. Os sinais que se podem ver na foto, são para localizar os diferentes espaços da casa. Acho imensa piada, que o meu pai, que tinha o bom hábito de datar e comentar as fotografias, nesta, remata assim a sua descrição "...tudo o resto é jardim e floresta".:)
Um abraço
Maria Paula
Em França, no Palácio de Versalhes, as larangeiras eram recolhidas todos os Outonos a umas estufas próprias, as Orangeries, onde pssavam o Inverno e só voltavam a sair no final da Primavera. Os vasos tinham rodizios para facilitarem essa deslocação.
ResponderEliminarPoderá talvez fazer o mesmo com o seu mamoeiro, que lhe serve para matar as saudades de África.
Abraços
Pois é, todo o meu quintal, em Moçambique, era salpicado de papaeiras, algumas enormes e a que me proibiam terminantemente de subir, pois os troncos são dificeis de trepar, mas eu tinha a minha técnica :) (davam-me autorização para subir às mangueiras, mas quando descia já sabia que me esperava um raspanete, senão mesmo uma palmada, pois é impossível comer manga sem que se fique todo sujo!) ... mas quando apanhava os meus pais fora ... era como diz o ditado, "patrão fora ...".
ResponderEliminarHoje em dia acabo por não ligar muito às frutas tropicais, com excepção das goiabas, abacates e maracujás, que como sempre que posso e em quantidade. Nada como um bom bolo húmido e suculento de chocolate com uma cobertura de doce de maracujá!
A sua descrição de como fazer nascer esses rebentos fez-me lembrar o blog do Zé Júlio, que é igualmente didático.
Tenho de tentar ser mais paciente nessas tarefas para poder ter algum resultado.
O melhor que consegui foi fazer rebentar e fazer viver durante alguns anos um abacateiro, mas ... numas férias ... finou-se.
Estes reveses hortícolas fazem-me ficar cheio de pena, pois a vontade é grande, mas os resultados estão aquém da expectativa.
Os meus parabéns pelo sucesso que já teve
Manel
Caro Luís
ResponderEliminarSabe que apesar de já ter estado várias vezes a Paris, só este verão visitei Versalhes? Por vários motivos fui adiando a visita mas este ano, enchi-me de coragem, enfrentei as bichas e multidões e lá fui.Lá estavam os citrinos em enormes e bonitos vasos que me pareceram de madeira, pintados num tom de verde que não sei definir. Penso que hoje em dia, essa recolha dos vasos que o Luís refere, se faz com recurso a maquinarias.
Os meus mamoeiros, são bem mais fáceis de tratar :), e um deles continua a crescer a tal ritmo que estou com uma certa esperança de que resista ao inverno.
Darei notícias:)
Um abraço e obrigada pelo seu comentário
Maria Paula
Caro Manel
ResponderEliminarNo meu quintal em Angola, também tinha vários mamoeiros ( e não só),mas como criança nunca lhes prestei atenção, talvez, por tudo estar demasiado alto. Trepar,trepava à única goiabeira do jardim e por lá me deixava ficar encarrapitada,devorando as goiabas, mesmo que estivessem verdes:).
Eu era uma pessoa muito imediatista, impaciente, que gostava de ver os resultados rapidamente, mas a minha profissão obrigou-me a mudar. Quando se trabalha com crianças pequenas, não podemos ser assim. Os resultados, muitas vezes só se vêem, no ano seguinte. Com a jardinagem é a mesma coisa, saber esperar,é importante para obtermos bons resultados, mas também devo confessar que já "matei" algumas da minhas plantas pelo facto de estar constantemente a mexericar. O excesso de zelo não é bom. Acredito que com a educação das crianças se passa o mesmo;atenções em excesso, tornam-nas dependentes e isso não é desejável; a autonomia é imprescindível a um crescimento harmonioso. Mas, para onde me levou a conversa...
Um abraço e muito obrigada pelo comentário.
Maria Paula
Plantei agora na primavera sementes de mamão já germinaram vamos ver, já as transplantei para vários vasos com eram muitas poucas morreram quando forem maiores, tem que ser transplantada com terra, convém na primavera noutra altura do ano é sempre mais arriscado podem morrer por falta de água ou água a mais.
ResponderEliminarJorge Brasão,
ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário e conselhos. Os mamoeiros da foto não resistiram ao frio do Norte.Já tenho mais umas quantas sementes preparadas para fazer nova tentativa mal esta chuva nos deixe. Vamos lá ver como corre.
O primeiro ano é o mais difícil para as plantas vingarem, pelo que tenho visto as pêras abacates que plantei também já as mudei para a terra mas essas se conseguirem passar o primeiro verão é o inverno estão livres de perigo aqui na minha zona Lisboa há mas de 30 árvores de pêras abacates e dão todas muitos frutos uma delas está por trás do no posto de abastecimento, uma árvore de grande porte, na localidade da abóboda em s.domimgos de Rana o meu vizinho tem uma anoneira que quando dá frutos até caiem para a estrada, perto do meu trabalho há uma que dá pêras de kilo, maiores que as do supermercado, já comi delas, tenho uma outra que já têm um ano e já não morre, só se for alguma coisa de imprevisto, vamos ver os mamueiros de momento estão há chuva e gostam da chuva da primavera, vamos ver.
ResponderEliminarOlá Jorge Brasão
EliminarAqui por Braga também é frequente verem-se abacateiros adultos e alguns até com fruto. Neste momento, tenho um caroço de abacate já germinado e com minúsculas folhas. Com este calor fora de época, continua a desenvolver-se muito bem. mas à cautela trouxe-o para dentro de casa, para um local onde apanha sol o dia todo. Penso que irá vingar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTambem plantei e tenho uma duzia delas já com um metro de altura.Ja tentei retirar 2 do vazo para colocar num outro e não consigo, morrem passado umas horas.Não sei que faça queria tanto que vingassem.
ResponderEliminarIsabel-Portugal
Olá Isabel
EliminarO meu conselho é que os mantenha em local abrigado e de preferência soalheiro. Eu tentaria a muda só nos inícios da primavera.