Mostro hoje uma peça em faiança, decorada a azul, e que, apesar de marcada, não consigo identificar a sua origem.
Trata-se de uma covilhete comprada on-line, e que, apresenta uma marca, que me parecia ser da Fábrica de Darque em Viana do Castelo. Esta fábrica utilizou uma grande variedade de marcas, em que a letra V está sempre presente, variando na forma e na cor em que é pintada, na espessura do traço, e, sendo muitas vezes acompanhada de símbolos. Esta marca intriga-me e das pesquisas que fiz (cheguei a contar setenta e tal no Dicionário Marcas de Faiança e Porcelana de Portugal), não apareceu nenhuma igual ou semelhante a esta. Acho curiosa a disposição das letras, que para além do que eu julgo ser um V, terá ainda a letra U. Mas, ocorreu-me agora de repente ,que o V, afinal, poderá ser um Y!!
Quanto à decoração, apesar de bonita, acho-a trapalhona. Parece que o motivo escolhido é muito grande para a dimensão da peça, ou então, que foram usados pincéis demasiado grossos.Para além disso, não identifico estes motivos com os usados pela Fábrica de Viana.
A árvore que se vê à direita e da qual mostro um pormenor em baixo, aumenta a minha desconfiança quanto à possível origem Vianense desta peça, fazendo-me antes lembrar, as árvores que se podem ver em algumas decorações do cantão popular, como por exemplo, nestas travessas que o Luís nos mostrou há já uns tempos.
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ResponderEliminarMaria Paula
ResponderEliminarSentiamos a sua falta. Pensava sempre comigo. Onde andará a Maria Paula, aquela Senhora que eu contratarei um dia, para fazer fotografias, quando estiver a trabalhar no meu primeiro livro de arte?
Fez em bem em voltar.
Quanto à travessa não me parece muito portuguesa, embora o motivo seja de inspiração oriental. Talvez seja uma peça espanhola? No Norte as pessoas sempre compraram muito em Espanha. Sugiro umas pesquisas no google espanhol por Y e U
Abraços e não nos deixe e sobretudo vá fotografando, crianças, pasisagens, casas antigas, flores, o que lhe apetecer
Abraços
Olá Maria Paula
ResponderEliminarTal como o Luís também senti a sua ausência.
Deixei-me das compras on line. Caras, na maioria,um desastre na receção da encomenda, e ainda quando gosto verdadeiramente de uma peça outro comprador ao despique a ganha em leilão, coisa que me deixa a pensar como é gerido!
A minha opinião analisando o seu covilhete. No melhor trata-se de uma peça anos 40, nota-se pelo esmalte,não é totalmente homogéneo, veja os azuis e a marca, tipo "arrepiado", uma técnica usada nas peças desse tempo.
Pode ser eventualmente espanhola,só reconheço Talavera de La Reina, sei que na Galiza houve muita produção, compare o tardoz.
No pior é uma reprodução assinada com o "V" de Viana e o cunho do autor recente...
Os buraquinhos que se notam na massa no tardoz são puro engano que induz atribuir à peça uma antiguidade que efetivamente não tem.
Desculpe, esta a minha visão crua. Posso estar verdadeiramente enganada. Mas também não sou de dizer coisas boas para agradar, sou o que sou, franca e não hipócrita.
Rematando como diz " Parece que o motivo escolhido é muito grande para a dimensão da peça, ou então, que foram usados pincéis demasiado grossos." isto logo a mim sugere reprodução...como tanta faiança que anda por ai nas feiras a ser vendida "gato por lebre". A minha mãe numa a que a levei apesar de eu lhe dizer que eram recentes, no caso duas terrinas pequenas, em azul, as trouxe consigo.
Estamos sempre a aprender e nunca sabemos tudo. O mais importante vamos abrindo o olho, é o que este arrozado pretende.
Não fique triste com o que disse, tudo leva a crer que é uma mera reprodução.
Bom fim de semana
Bj
Isabel
Caro Luís
ResponderEliminarMuito obrigada pelas suas palavras. Puseram-me vaidosa :) Ontem, dia em que fiz 57 anos, foram uma das prendas mais apreciadas. Acredite.
Este início de ano lectivo foi difícil, daí a minha ausência mais prolongada. A par do meu trabalho pedagógico do qual não me queixo (antes pelo contrário), houve muito trabalho relacionado com a avaliação e este sim, violenta-me, pois não gosto, não tenho formação para o fazer e da maneira que está concebido, não avalia nada, a não ser, talvez, a resistência física e psicológica de alguns.
Quanto à minha peça,vá-se lá saber a sua origem! Poderá muito bem ser faiança espanhola, da qual, sei muito pouco.
Descobri há pouco tempo, em casa de uma amiga a faiança de Puente del Arzobispo, e em pesquisas posteriores, descobri peças desta região, muito idênticas aos nossos "ratinhos". Ora veja. Parece haver influências, apesar de Puente, não ser fronteiriça.
http://www.todocoleccion.net/plato-puente-arzobispo-siglo-xix~x27339606
http://www.todocoleccion.net/cuenco-ceramica~x25520336
Prometo não desaparecer :)
Abraços
Maria Paula
Cara Maria Isabel
ResponderEliminarDeveria fazer como a Maria Isabel e deixar-me de compras on-line, mas como não posso ir com regularidade às feiras aqui da região, acabo por me desforrar nos leilões virtuais, com a plena consciência , de que, muitas vezes, os preços aqui praticados estão inflacionados.
Não fico triste com as hipóteses que coloca, sobre a possibilidade desta peça ser uma reprodução. Foi uma peça barata, portanto, o prejuízo, não foi grande :)e além do mais, são estas situações, que nos vão abrindo os olhos.
Conforme disse ao Luís, tenho andado a pesquisar sobre a faiança espanhola de Puente del Arzobispo, e tenho visto algumas peças, que me fazem lembrar as que a Isa mostra no Link que deixo abaixo
http://leriasrendasvelhariasdamaria.blogspot.com/2011/02/trafaria.html
Como já aqui se tem sido dito, este mundo das faianças e porcelanas não marcadas, é um enredo de suposições e deduções,mas é isso precisamente, que aguça a vontade de saber mais e mais.
Beijinhos e bom fim de semana
Maria Paula
Cara Maria Paula,
ResponderEliminarEm primeiro lugar muitos parabéns pelo seu aniversário.
Que conte muitos anos... e felizes!
Quando lhe respondi ao seu comentário no meu blogue e lhe disse que a imaginava muito ocupada com o início do ano letivo, também me ocorreu que andasse ocupada com essa história negra da avaliação, mas preferi não falar de coisas tristes... ;)
Quanto a este seu covilhete ou travessa que até acho bem bonita com decoração de influência oriental(o azul e branco e o desenho das rochas lembra a porcelana chinesa e aquele borrão também me parece uma borboleta), tenho pena mas não conheço a marca, nem nada de muito parecido.
Também fui pesquisar o UY e a única coisa que me surgiu foi essas letras representando o Uruguai, que em espanhol termina em Y.
Será que é uma peça uruguaia e utilizaram o nome do país como marca? Não me parece hipótese muito credível e se assim fosse o fabrico seria bastante recente.
Mais não lhe sei dizer.
Um grande abraço e...
mais uma vez...
Parabéns!
Sou o último, mas como não sou seguidor não recebo as "novidades" e o Luís é que me informa ou então ando à aventura e descubro que alguém colocou algo de novo.
ResponderEliminarE ainda que a Maria Paula não esteja esquecida, longe disso, como há tempos não inseria nenhum "post", eu deixava-me andar ao Deus dará por outras paragens!
Preguiça pura e simples, o de não ter uma conta com que me identifique dentro da google.
Antes de mais os meus parabéns pelo seu aniversário (sei, vai tarde, mas, como diz o ditado: "mais vale tarde ...") e que tenha muitos e muitos anos, que, espero, estejam livres de relatórios de auto-avaliação, evidências e quejandos.
Repare que as regras mudam e as coisas alteram-se, e é nestas mudanças que se deve depositar alguma esperança, e, afinal de contas, algum dia uma pessoa tem de iniciar o seu descanso destas lides e reformar-se. Eu, que sou dois anos mais novo que a Maria Paula, daria muito para ter mais 6 e assim poder reformar-me já, mas o tempo ainda se apresenta longo.
Lá chegarei, se conseguir, se não, pois ... paciência!
Mas cada um de nós é dotado de características que nos ajudam, as minhas são uma grande paciência e uma grande vontade de viver o dia-a-dia e o gostar de vogar nos tempos! Amanhã ... logo se verá!
Quanto à sua peça, não faço nem ideia que seja, mas não aparenta ser portuguesa; mas é só aparência, pois, que sei eu? Cada vez me dou conta que percebo menos, não obstante as leituras, as peças que vou vendo e tenho ocasião de ter nas mãos, as tertúlias que vou mantendo com esta ou aquela pessoa!
É curiosa, no entanto, pois possui alguns elementos que sugerem alguma afinidade com o nosso "cantão popular", mas fica aí toda a minha capacidade de análise
Uma boa semana de trabalho e ... dias melhores virão
Manel
Parabéns atrasados e a minha solidariedade
ResponderEliminarEssa treta da avaliação tb me enoja
Cara Maria Andrade
ResponderEliminarMuito obrigada pelos parabéns e pela tentativa de identificação da peça.Como já vão parecendo alguns sítios na internet, que divulgam marcas antigas, pode ser que um dia, encontre esta.
Hoje em dia quando alguém ligado à docência se queixa do trabalho, está, com quase toda a certeza, a falar deste processo de avaliação, que é completamente,"avestronço".Resta-me a esperança, que este se processo se altere de maneira a que a" avaliação entre pares" acabe! É do mais perverso que há! :(
Beijos e mais uma vez obrigada
Maria Paula
Caro Manel
ResponderEliminarObrigada pelos parabéns :)
Nunca é tarde para sermos felicitados por mais um aniversário e assim sendo, os seus chegaram muito a tempo e foram recebidos com muita satisfação.
Realmente,andei desaparecida, mas contragosto; o ato de avaliar remeteu-me para uma espécie de retiro mental, absorvendo-me todas as energias e disposição, como se assim, conseguisse ver mais além,e com mais clareza.
Espero, que quando este ciclo de avaliação se encerrar, eu não me volte a ver neste papel, que me consegue tirar muita da tranquilidade que necessito para trabalhar bem, no que realmente merece a pena.
2013,será,se conseguir resolver um imbróglio com a contagem de um tempo de serviço (3 anos), o ano da minha reforma :) Espero lá chegar,e como os dias correm depressa, quando der por ela já lá estarei:)
Continuo a achar que o artesão da minha covilhete, foi trapalhão! O desenho e a grossura do pincel utilizado,são desajustados a uma peça pequena!Ocorreu-me que se poderá tratar de estudo,ou ensaio. Será?
Um abraço.
Maria Paula
Luís!:)
ResponderEliminarObrigada pelos parabéns e pela solidariedade.
Beijos
Maria Paula
Maria Paula...PARABÉNS!
ResponderEliminar...Atrasados, só voltei hoje aqui porque na verdade fiquei curiosa em saber mais da peça.Sou mais novita 3 anos... interessante é que somos da mesma década e o Manel também, e...
Quem ainda está no mundo do trabalho as coisas estão dificies e insuportáveis quer pelas más atitudes e novos procedimentos quer pelas más energias que se vão acumulando e deixam marcas que só coisas que efetivamente gostamos nos dão alegrias, no caso a fotografia, velharias, plantas, recordações da sua África ,da família,amigos, e...
A vida carrega dores, muitas dores, cada um carrega com a sua cruz, muitos parecem felizes, sabe Deus como andarão...isto está mau, muito mau, acredito vai piorar porque continuam a governar mal e a gastar muito dinheiro mal gasto como sabe e quem paga ...nós! Fiz um post a propósito sobre o programa Preço Certo...
Obrigada pela informação sobre faiança Puente del Arzobispo, que não conhecia.
Continuo na mesma apreciação que fiz, parece que foi feito em grés.Uma técnica usada também em Portugal.
A sua bonita idade, uma menina, 57...tantos anos ainda para desfrutar do que realmente gosta,o convite do Luís, gentilmente aqui endereçado nem de propósito é mesmo para ficar encantada. Isto sim é verdadeira amizade.
Sorria, fica ainda mais bonita!
Bj
Isabel
Maria Isabel !
ResponderEliminarObrigada :)
A verdade é que, apesar de um dia a dia profissional que cada vez mais exige poder de encaixe, e por isso mesmo se me vai tornando mais difícil, tenho muitos outros interesses, que me ajudam a andar com a cabecinha equilibrada, bem disposta e sem grandes amarguras. O prazer que tenho, em andar armada em jardineira, descobrir uma “boa” velharia, namorá-la durante uns tempos, ou então atirar-me de cabeça, substitui, com toda a certeza, a cadeira do psiquiatra. Por fim, e que de forma alguma são os últimos, antes pelo contrário,acrescento os amigos que aqui fui fazendo, pessoas sabedoras, corretas e generosas, que tantas e tantas vezes me presenteiam com a sua presença, através dos seus comentários.
Beijos, para si.