quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Travessa
Este post, surge no seguimento de outro, colocado pela Maria Isabel no seu blog, onde ela nos mostra, entre outras coisas, uma linda bacia de Sacavém.
Observando-a bem,comecei a achá-la parecida com esta minha pequena travessa. Os trevos são muito parecidos, e as pinceladas fininhas, parecem feitas pela mão do mesmo artista. Consigo achar semelhanças até, nos dois tons dos verdes usados ! :)
Rio-me, porque, por vezes, à força de desejarmos uma coisa,ou de simplesmente queremos ter razão conseguimos até, distorcer a realidade.Não sei se será o caso.
Um abraço a todos.
Maria Paula
Esqueci-me de referir,de que comprei esta travessa em Braga, como sendo loiça de Barcelos.Claro, não está marcada.
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Olá Maria Paula
ResponderEliminarQue linda travessa, de facto as semelhanças são incríveis.Interessante,o Luís tem uma travessa cujo rebordo martelado é muito parecido com a sua e tem como motivo central um casario com bandeiras habitualmente atribuído a Vilar de Mouros.Tenho visto nos sites de vendas travessas iguais às dele e sua, de rebordo martelado, capeado com uma pintura homogénea, geralmente azul ou cor de rosa,nenhuma tem marca e ninguém sabe a olaria, a zona de proveniência.A pergunta é será mesmo olaria de Barcelos?
Ora aqui está uma boa questão para se aprofundar?
A Maria Paula tem cá uma sorte nas aquisições...terrivelmente observadora. Gosto!
Beijos
Isabel
Antes de mais quero agradecer-lhe as palavras bonitas que escreveu sobre os meus comentários!
ResponderEliminarPor vezes tenho sempre receio de não saber quando parar! E acabo por escrever ou em demasia ou então repito-me, ou ainda pareço algo pretensioso ou, pior ainda, que exerço a didática para lá do que é aceitável, o que me incomoda de sobremaneira, pois não é de todo o meu objectivo. Só pretendo partilhar o que me ocorre quando vejo as coisas que aqui traz.
Mas este espaço que criou é tranquilo, e, duma forma diáfana que não sei caracterizar objectivamente, emana algo de paz, o que, afinal, todos nós necessitamos no nosso quotidiano. Por isso vou aqui regressando, e gosto imenso das suas fotos! :)
Quanto à sua peça, tem um não sei quê de semelhante com a da Maria Isabel, é bem verdade. Coloquei-as lado a lado e parecem realmente da mesma família.
Algumas das manchas de cor são produzidas através de uma pincelada livre, outras através do uso de stencil.
Apesar de não gostar muito de mencionar o que possuo, à laia de informação poderei dizer-lhe que tenho duas travessas com o mesmo recorte na aba (apesar do recorte da aba ser semelhante, o canelado nas minhas não existe), e onde o tipo de desenho deve ter sido produzida, quase seguramente, pelo mesmo artista (apesar do léxico de cores ser diferente, a regra da composição é a mesma); na altura da aquisição destas peças o vendedor confirmou-me de forma peremptória serem da produção de Coimbra; eu duvido sempre destas informações "peremptórias", tanto mais que, quando não se sabe de onde é uma peça, diz-se sempre que "é de Coimbra"!
À falta de outra informação fico-me com estas que me dão, mas confesso que duvido muitíssimo delas!
Não obstante, folheio os "canhenhos" de cerâmica que possuo, visito museus, pesquiso a "net" de uma ponta à outra e nada encontro que me permita concluir com segurança! Como um conhecido meu diz (antigo colaborador de António Capucho), é necessário ter tido na mão muitos milhares de peças boas, e identificadas, para se conseguir começar a perceber o que se tem só pelo toque, como fazia o coleccionador António Capucho, que nem necessitava de ver a marca!
Um bom final de semana, que já aí espreita
Manel
É verdade Isa, uma boa questão para aprofundar, mas o mais certo é que, será impossível clarificar toda esta incerteza quanto a marcas.E,se identificar uma peça, quanto à sua origem e época, é uma mais valia,também não é menos verdade, que deixaríamos de ter o prazer, do devaneio da procura e da pesquisa. E sendo de Barcelos, ou de Sacavém, o certo, certo é que somos donas de duas lindas peças :)
ResponderEliminarUm abraço
Maria Paula
Olá Manel
ResponderEliminarConcorda também que há semelhanças entre as duas peças. Não é então, impressão minha.
Quanto às marcas, e pelo que tenho lido, será sempre muito difícil identifica-las. Poderia haver um padrão,molde ou o uso de determinadas cores, que dessem garantias de uma peça ser de uma ou outra fábrica. Porque será, que não as marcavam? Por dificuldades técnicas? Não creio.:)
Desejo-lhe também um bom fim de semana, sem antes lhe agradecer,a forma generosa, como caracterizou este espaço.
Um abraço
Maria Paula
Essa questão também eu a coloco, porque não marcariam as peças?
ResponderEliminarEsquecimento, falta de tempo para marcar as peças, razões económicas que se prendessem com o pagamento de impostos, tradição, algum pejo em colocar a marca sobre uma peça que fosse a cópia de algum modelo de outra fábrica, algo que tivesse a ver com segredo profissional?
Coloco tantas hipóteses mas nunca percebi a verdadeira razão.
Manel
A faiança portuguesa é um raio de um mistério, que não há maneira de desenrolar.
ResponderEliminarDe facto, como a Maria Isabel bem reparou tenho uma travessa com uma cercadura muito semelhante http://velhariasdoluis.blogspot.com/2009/11/faianca-de-vilar-de-mouros.html, que me foi vendida como sendo de Vilar de Mouros, coisa que nunca me convenceu por aí alem. A si, venderam-lhe a peça como sendo de Barcelos. O Manel tem coisas algo semelhantes, vendidas como Coimbra. Acho que tudo isto mostra bem como existem áreas e áreas da faiança portuguesa muito mal estudadas e temos que ter muita cautela a fazer atribuições de fabrico.
Mas é muito bom compararmos o que uns e outros temos em casa, para encontrarmos padrões, que nos permitam agrupar as peças por conjuntos e tirar uma ou outra conclusão.
A questão dos direitos de autor, da patente industrial não se colocava neste meio destas pequenas fabriquetas, que vendiam em feiras, por isso, ninguém sentia necessidade de marcar as peças.
Abraços e parabéns pela peça
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCara Maria Paula,
ResponderEliminarPara além de lhe querer dizer que acho a sua travessa muito bonita, não tenho nada de interessante a acrescentar ao que já foi dito.
De qualquer forma, parece-me ter um ar minhoto e a atribuição a Barcelos onde proliferaram e ainda proliferam pequenas olarias de faiança com estas decorações alegres e singelas,que se vendia em feiras, na minha opinião tem consistência, mas é uma hipótese entre muitas.
Geralmente relaciono essa aba de cor lisa, de que também tenho um exemplar, com fabrico minhoto, mas sem nenhuma certeza.
Um abraço
Maria A.
Meus queridos amigos, bom fim de semana a todos e muito obrigada pelos vossos comentários.
ResponderEliminarAbraços
Maria Paula
Olá Ana Paula,
ResponderEliminarQuero dizer-lhe que "tropecei" sem querer neste blog e fiquei maravilhado.
E, através deste, descobri os da Marília, da Maria Isabel (pessoa que conheço de vista das feiras de velharias da linha do Estoril) e do Luís. Então... fiquei "passado da cabeça". Isto, porque, tenho várias peças de loiça - travessas, pratos, canecas, biblots, etc., de Sacavém, Massarelos, Santana, Vista Alegre e outras sem marca - às quais não dava grande atenção ou importância. Não dava... agora já dou!
Apesar de toda a vida ter sido um ajuntador de "ferro-velho", nunca pensei que existissem
tantos admiradores e coleccionadores de loiças, talvez por estar demasiado concentrado nas minhas pequenas colecções de notas e moedas antigas.
Um dia destes, fotografo-as e coloco-as no meu blog.
Esta sua linda travessa chamou-me a atenção porque, em casa dos meus pais, no Norte, existe uma travessa que tenho a certeza ser da mesma fábrica. O feitio é o mesmo e os trevos são exactamente iguais, embora o conjunto florido seja diferente e o rebordo seja em azul claro. Como há mais de 20 anos que está arrumada num armário e sem qualquer utilização, vou trazê-la para minha casa e ter mais cuidado com ela.
Já agora, se me permite, pedia-lhe um pequeno favôr: Tenho uma travessa grande - 42 X 32,5 cms., com o desenho do "cavalinho", com o cavaleiro do lado esquerdo virado para a direita. Como marca, tem uma pequena âncora, com cerca de 12 m/m gravado na pasta. Sabe-me dizer de que marca é?
Os meus parabéns pelo excelente blog e pelas lindas loiças que tem!
Cumprimentos,
Valdemar
Caro Valdemar
ResponderEliminarAntes de mais seja muito bem vindo a este blog e muito obrigada pelas suas palavras. De facto, há aqui, uma pequena comunidade de amantes de velharias,que por gostar tanto da suas peças, partilha-as, mostrando-as, e, quantas vezes tirando dúvidas, ou dando respostas. A partilha de conhecimentos é importante.
Quanto à questão que me coloca, e não sendo eu de forma alguma, uma entendida no assunto, associo a ancora a marcas inglesas.No entanto, deixo-lhe este site de algumas marcas de porcelanas, acho-o muito útil.
http://www.oldandsold.com/pottery/greatbritain20.shtml
Maria Paula
Ps: Acho que faz muito bem em cuidar da travessa de que fala.São muito bonitas, e é uma pena ficarem esquecidas atrás de qualquer aparador.
Olá, Maria Paula,
ResponderEliminarSobre a travessa de que lhe falei, queria convidá-la a dar uma vista de olhos ao meu blog - mês de Abril - e verificar se a minha é, ou não, uma irmã da sua.
Cumprimentos,
Valdemar
Olá Valdemar
ResponderEliminarJá fui espreitar a sua travessa.À excepção da cor a bordadura é exactamente igual. Quanto à decoração da travessa,não se consegue ver muito bem. Mas parece o mesmo tipo de pincelada e o mesmo tom de verde.
Haverá fortes possibilidades de serem irmãs, e talvez sejam mesmo de Barcelos.
Maria Paula