terça-feira, 8 de julho de 2014

Um menino com um cordeiro ou o S. João

Prato de faiança portuguesa de dimensões consideráveis (35cm) e decorado com uma criança que se agarra ternamente a um cordeiro. Apesar de não ter nenhuma informação que me leve a tal, gosto de acreditar que é uma representação do S. João em criança. 
Acredito também, de que se poderá tratar de um prato antigo, talvez dos finais do século XIX. Mais uma vez, não tenho nenhuma informação que me leve a pensar assim, mesmo, estando este prato datado daquela época, no catálogo de uma leiloeira.
É a irregularidade da pintura e o motivo da decoração central que me faz pensar de que se poderá tratar de uma peça do século XIX.Os elementos fitomórficos, que decoram todo o prato também ajudam a esta minha convicção.
Todo o prato, para além dos "gatos" que aqui mostro  apresenta muitos outros sinais de uso, o que me leva a concluir que terá sido uma peça utilizada correntemente, quem sabe, uma palangana.

6 comentários:

  1. Maria Paula

    O Manel tem dois pratos muito semelhantes a estes e sabe que nunca sei o que achar deles? Coimbra ou do Norte? Nos catálogos de leilões já os vi identificados da seguinte forma "prato português dos finais do XIX, fabrico atribuível ao Porto ou Coimbra". Tenho sempre tendência para achar que são do Norte, mas sem grande fundamento, a não ser nas minhas raízes nortenhas, o que não é grande argumento. Enfim, são aquelas peças que há que ter cautela nas atribuições e não atirar com grandes palpites. Agora são muito bonitas e a Maria Paula fez uma bela compra e um, bom investimento.

    Um bjo

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    1. Caro Luís
      A designação "prato português" não falha, é muito vasta :) Agora, ser-se mais preciso é que é difícil. A mim resta-me a convicção:) de que poderá ser do século XIX. Será que estas decorações são cópias de antigas gravuras? Hei de andar mais atenta,pois não porquê, este menino agarrado a um cordeiro parece-me que poderá ser o pormenor de alguma gravura ou pintura.
      Beijos e boa semana

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  2. Boa noite Maria Paula.
    Tal como o Luís refere, adquiri há anos dois pratos que têm algum ar de parentesco com este seu.
    Ando sempre na dúvida para onde hei de cair, se para um lado se para o outro.
    Na dúvida continuo em cima do muro, a ver se alguma luz se faz sobre eles.
    Mas faço muito gosto neste tipo de peças, que me parecem tão bonitas. Já não são tão simples como outras, pois o processo decorativo é algo mais complexo, mas seja lá como for, fazem qualquer parede sobressair.
    Ainda bem que adquiriu este prato. Só demonstra como os nossos gostos muitas vezes se tocam
    Manel

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    1. Olá Manel
      Aguardar é o melhor que se tem a fazer em caso de dúvida. Quando e donde menos se espera é que, muitas vezes surge a pista necessária para a identificação das peças.Em relação a este prato mantém-se a minha convicção, agora subscrita pela Maria Andrade, de que é muito antigo.Quanto à região de origem não me pronuncio. Interessante a sua opinião sobre o processo decorativo deste prato, pois, em certa medida, vem de encontro à ideia que tenho, de que esta decoração foge um bocado aos temas mais populares e isto, talvez seja indício de que se poderá tratar de uma peça destinada a uma clientela mais endinheirada e de gosto mais sofisticado.
      É verdade que há uma grande afinidade de gostos. Sabe que neste campo das faianças, para além do muito que tenho aprendido também refinei o meu gosto com a partilha tão generosa e sabedora do Manel, Luís, Maria Andrade e ainda, de alguns blogs que vou espreitando com uma certa assiduidade.
      Um abraço

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  3. Maria Paula,
    Quer o centro, quer a aba deste prato fazem-me lembrar aqueles naperons de papel que recortávamos com tesoura, embora nunca atingindo este primor de rendilhados. Parecem rendas, realmente, e imagino as estampilhas assim obtidas a serem aplicadas sobre a faiança para levarem as pinceladas por cima. num belo tom de azul.
    A criança com o cordeiro pode bem representar um S. Joãozinho e eu também acho que o prato tem ar de mais que centenário.
    Parabéns pela compra.
    Beijinhos

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    1. Olá Maria Andrade
      Recordo-me muito bem desses trabalhos feitos em papel de seda. A minha avó paterna era exímia nesses trabalhos.Agora, depois de reler o seu comentário,imagino a complexidade dos recortes das estampilhas e acho mais plausível a ideia, de que peças com este tipo de decoração, se poderiam destinar a uma clientela mais abastada ou de gosto mais requintado. Não é que esta suposição seja importante, mas de facto, este mundo das faianças dá para ser observado de diferentes pontos de vista e a sociológica poderá, muito bem, ser uma delas:)
      Beijinhos para si e obrigada pela sua presença.
      Maria Paula

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