quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Revisitando o Cantão popular

Há dias assim! Acordei cedo com o propósito de falar sobre as minhas peças de Cantão popular, que aprendi a gostar com o  Luís. Mas o dia prometia :) Não sei que voltas dei, que ao preparar o pequeno almoço parti a cafeteira de vidro da minha máquina de "café de saco":( Improvisei e tudo se resolveu, mas, entre apanhar caquinhos e limpar o chão, lá se foi o meu tempo extra....Nada que me tirasse a  boa disposição. Mas, quando ao fim do dia chego a casa, e vejo o meu prato que mostra uma versão do palácio imperial, tipo pagode,  partido em quatro ou cinco pedaços fiquei aborrecida, como diria o meu pai, baixando a voz "chatiadíssima".

O prato acidentado em todo o seu esplendor
Lembrei-me das empregadas trapalhonas que o Luís às vezes refere com muito piada e que, tantos danos vão causando aos nossos tesouros. Esta senhora já é o segundo prato que me parte! Mas ,como eu própria, hoje parti a cafeteira fiquei mais condescendente e a pensar que isto não passa de um mal menor. voltando a este prato, acho-o original, nunca tinha visto o palácio imperial assim representado, daí ter sentido mais pena. Resta-me restaurá-lo.

Nesta foto, para além dos meus "Cantões", mostro os azulejos  de que falei aqui. Já estão colocados definitivamente, não sei antes os ter colado a uma placa de acrílico, que, se fosse hoje teria optado por uma mais grossa.

14 comentários:

  1. Muito obrigado pela simpática homenagem que me prestou.

    Ri-me muito com o seu post. De facto, quando fui casado tive várias mulheres-a-dias e algumas delas eram umas verdadeiras cavalonas, apesar de serem boas pessoas. Hoje tenho uma casa de tal maneira cheia de gravuras, talhas e faianças que não tenho empregada. Quem faz as limpezas sou eu e claro o pó acumula-se.

    Mas não falemos de criadagem. O seu prato de cantão popular é diferente, porque no fundo todos eles são diferentes entre si. A maneira de pintar era ainda muito artesanal, apesar de já recorrerem muitas vezes à estampilha e cada prato saia distinto do anterior. Também, como já escrevi muitas vezes houve várias fabriquetas a produzir este motivo de Norte a Sul do País, o que explica também a existência de tantas variantes.

    Gostei da forma como expôs a sua colecção. Os azulejos ao longo do rodapé ficaram estupendos.

    abraços

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    1. Caro Luís
      Merece isto e muito mais. Não me canso de apregoar o quanto aprendo consigo.No entanto, e imperdoavelmente nunca referi a delicadeza com que sempre respondeu a algumas questões relacionadas com as nossas amadas velharias, e que, por algumas vezes, lhe coloquei por mail. Um bem haja.

      Nem sabe as ganas que tenho de em certos dias dispensar esta senhora....mas, por enquanto, com uma casa cheia de gente é muito difícil :)e ela sabe disso!
      Ainda bem que gostou da colocação dos azulejos. Andei com o friso de parede em parede, até que este recanto me pareceu o indicado, pois, como não é muito grande, rapidamente poderei mudar a sua decoração, caso, um dia,esta me comece a desagradar.
      Abraços e boa semana

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  2. A avó de uma amiga minha tinha louças desse tipo.
    São muito bonitas.
    Boa semana
    bjos da Bruh! =*

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    1. Olá Bruh
      Seja muito bem vinda :)

      Fiquei curiosa sobre a origem das loiças da avó da sua amiga. Será que a senhora em questão tinha ou tem relação com Portugal? Ou será que as louças que refere são só de produção Brasileira?

      Boa semana também para si.
      Abraços

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  3. Na única vez, na minha vida, que tive uma criatura que se dedicava a fazer limpezas (já lá vão dezenas de anos), ela limpava tão bem, mas tão bem mesmo, que "limpou-me" um serviço de jantar e outro de copos em cristal!
    Só dei conta quando precisei deles para um jantar mais formal e ... encontrei o local onde estavam, escrupulosamente limpo, lá isso é verdade!
    Quando confrontei a referida criatura, disse-me que ela não era responsável por quem eu metia dentro da minha casa ... perante isto, a criatura foi despedida e claro, na certa, deve ter ido "limpar" para outra freguesia!
    Hoje, prefiro que o pó se acumule ... e continuar a usufruir das coisas.
    Uma boa semana de trabalho
    Manel

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    1. Manel :)

      Desculpe o sorriso de cima! Mas não pude evitar uma sonora gargalhada, quando li a maneira como descreve a "eficiência da limpeza" da criatura! Mas,a piada acabou com a descrição da "lata" da fulana.É quase de profissional!! Infelizmente, situações iguais às que descreve são muito comuns. A minha avó materna, quando era confrontada com situações do género,encerrava-as, afirmando com um ar muito consternado "coitadinho de quem precisa delas".E é um bocado assim.
      Um abraço e boa semana de trabalho também para si.

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  4. Olá Maria Paula.
    Revela-se uma extraordinária criativa, cada vez mais me surpreende pela beleza, pela eloquência do seus posts.

    Para quem mal conhecia o Cantão Popular, acredite tem uma coleção invejável, com bons exemplares:Lusitânia, Coimbra do século XX, os mais pequenos são todos fabulosos, julgo mais antigos.
    Amazing,o cenário criado para a exposição entre dois cadeirões forrados a amarelo adamascado a deixar sobressair em rodapé o painel de azulejos...lindo!

    Sabe, nunca nesta vida tive empregada a dias, trabalhei 30 anos, duro, foi a minha filha que desde pequenina me ajudava,nunca partiu nada,eu paguei tal como se fosse empregada, no tempo fazia o limite de poupança habitação, e eu ainda ganhava com isso. Hoje ela vai comprar a sua casinha em Lisboa e tudo aponta que será a pronto pagamento pelas suas poupanças e ainda vai fazer este ano 30 anos e claro o que eu vou dar, porque merece e muito!

    Beijos
    Isabel

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    1. Olá Maria Isabel
      Fico muito satisfeita por ter gostado do meu post. Há coincidências terríveis. As duas fotografias estão tiradas há meses, e no dia em que me disponho a fazer um post sobre o tema, parte-se-me o meu prato que serviria de mote!..."no creo em brujas, pero que las hay, las hay" .

      Sabe que também gosto muito do meu par de cadeirões :) Comprei-os a bom preço em Paços de Ferreira e nos bons tempos quando ainda não imperavam as mobílias lacadas a preto e ou a prateado, algumas com luzes embutidas, tipo mangueiras de enfeitar os jardins no Natal...Há exceções, sem dúvida, mas, são tão poucas! Mas, também tenho que acrescentar, que fazem tudo como quisermos.
      Fico muito feliz com o que conta sobre a sua filha.Estes jovens estão a iniciar a sua vida num contexto muito hostil, e os que merecem e os pais puderem devem ser ajudados.
      Beijinhos para si

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  5. Olá Maria Paula,
    Deve ter sido um desconsolo para si o que aconteceu ao prato, ainda por cima com uma decoração tão ingénua, tão autêntica!
    Eu já tive dissabores desses, mas entretanto tomei as minhas precauções: há vários sítios cá em casa que estão interditos a limpezas!!! :)
    Tenho muita coisa fechada, mas noutras o pó vai-se acumulando, nas loiças e nas prateleiras, mas isso não me incomoda nada, que essas peças não são para ser usadas. Eu, muito de vez em quando, é que lá vou com toda a calma dar uma volta com o paninho...
    Voltando às suas faianças cantão popular, qualquer delas me encanta, mas assim num conjunto tão bem enquadrado ganham outro impacto!
    E os azulejos também ficaram muito bem naquele sítio!
    Um abraço

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    1. Olá Maria Andrade
      Foi de facto um desconsolo, ver o meu pequeno prato partido,mas nestas ocasiões tento sempre relativizar o problema,para não ficar a remoer no assunto. É uma boa dica, essa a de interditarmos o acesso a algumas zonas.
      Fico satisfeita por ter gostado deste recanto. Quanto ao cantão popular, já sabe que o descobri com o Luís, e atualmente, completamente rendida aos seus encantos, dou comigo, a mirar e remirar, tentando descobrir diferenças ou semelhanças, daí a compra do pequeno prato sinistrado.
      Um abraço e bom fim de semana, que já se vai anunciando.

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  6. Olá Maria Paula, tudo bom?
    Vim aqui espiar sua postagem, ao ver o link na postagem da Maria Andrade.
    Eu sou um apaixonado por esta padrão, e quando estive em Portugal em 2011, comprei na feira da Ladra, na companhia de Luís e Manel, duas pequenas travessas de cantão popular, nada especiais, mas que me fazem muito feliz toda vez que as vejo na sala, em meio às minhas peças de louça brasileira.
    Por sinal, comparando com as suas peças, minhas travessas (que são do mesmo tamanho, e praticamente mesma decoração, provavelmente eram de um mesmo lote), é em quase tudo similar a sua tigela no centro da foto, logo atrás da xícara. Tenho quase certeza que a estanhola (stencil) do motivo central é inclusive a mesma.
    Não sei como eu ainda não era seguidor do teu blog, mas acabei de corrigir este erro.
    b'jinhos!

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    1. Olá amigo Fábio!
      Também eu, como muitos de nós que por aqui andam sou uma apaixonada por estas peças de Cantão popular. Têm o charme irresistível do traço do artesão e claro, da sua história.
      Vou mandar para o seu mail uma foto maior da minha tigela, para assim o Fábio melhor fazer as suas comparações.
      Beijinhos e bom fim de semana

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    2. Olá!
      Obrigado pela foto!! Já a recebi.
      Sobre meu comentário anterior: depois que o fiz, verifiquei que não havia nada errada, ou seja, eu já era seguidor de seu blog. Não sei como esta postagem me escapou. Eu devia estar muito enrolado na ocasião. Que bom que pude vê-lo agora.
      b'jinhos!

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    3. Caro Fábio
      Na nossa lufa lufa diária alguma coisa há de escapar:) e depois, felizmente, vão sendo significativos o número de blogues que tratam destas coisas de que tanto gostamos. Ainda hoje, andava eu à procura do seu mail e descobri o seu post sobre a loiça infantil. Um arraso :)
      Beijinhos

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