A cadeira que hoje dá forma a mais um post foi um caso de
amor à primeira vista. Quando falo em amor à primeira vista refiro-me à sua estrutura e ao seu estilo romântico dentro de uma estética da Arte Nova. Encantei-me com o florão e grinaldas talhadas que decoram a cadeira tornando-a numa peça muito equilibrada.A parte mais alta mede 94 cm.
Comprada há já alguns anos, num estado de segurança
periclitante andou aqui por casa mais ou menos aos trambolhões, abandonada, mas
não esquecida.
Não foi esquecida, mas o tempo de abandono
a que foi votada, foi o suficiente para eu ir perdendo as fotografias que lhe
tirei, com a intenção de lhe dedicar um lugar aqui no blog. A das molas do
assento, a mais interessante, perdeu-se irremediavelmente, pois, agora com ela
restaurada, não tenho oportunidade de as fotografar. Perdeu
também uma perna e partiu-se o florão. Urgia tratar dela antes que não houvesse
restauro que lhe valesse.
A primeira coisa a fazer foi tentar
encontrar tecido. O original tinha que ser retirado por todos os
motivos.Achava o seu padrão desajustado a esta peça tão delicada e claro que
estava sujo e velho. Preferencialmente, deveria ser um tecido antigo, sem brilho,
mais aproximado de uma tecelagem fina e com um padrão floral suave e
adequado ao seu tamanho. A exigência destes requisitos, prendiam-se
com o facto de esta cadeira se destinar ao quarto da minha filha.
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Era esta a textura que eu idealizava |
Corridas todas as feiras de velharias das redondezas sem
encontrar o pretendido, lembrei-me dos tecidos de fabrico inglês. Com muita
dificuldade acabei por encontrar uma pequena amostra aqui em Braga, mas
achei-os quase todos demasiado pesados para o que eu pretendia. O que me
agradou mais era a um preço que considerei excessivo. Noventa e sete euros o
metro! Como iria precisar de pelo menos um metro desisti da ideia. Acabei por
encontrar um tecido muito mais singelo, mas que, esteticamente nada a fica a
dever aos outros.
O assento da cadeira onde se pode ver melhor o tecido escolhido |
Nesta foto percebe-se a inclinação do estofo. |
Aqui está ela em pose para a fotografia e nada
beneficiada, O dia está escuro e não consegui melhor. Acho mais interessantes
as fotos que se seguem dos pormenores. Fica-se com uma ideia mais clara sobre
os pormenores que tanto me encantaram.
Um dos cantos das costas. |
A parte inferior das costas |
A presença constante da grinalda de flores nas
diferentes partes da cadeira dão-lhe uma graciosidade muito especial.
Ocorreu-me hoje, enquanto escrevia, se este tipo de padrão será o mais adequado
ao estilo da cadeira. Será demasiado juvenil, marcadamente feminino? Requereria
um padrão mais neutro? Talvez. Apercebo-me agora que ao não querer
recorrer às convencionais casas de tecidos de cortinados, poderei ter
deixado escapar outra possibilidade. Bem, mas está feito. A dona do
quarto gosta e eu também. E, importante também é a cadeira estar restaurada e
pronta para durar mais um bom par de anos.
A parte frontal da cadeira. Uma das pernas é completamente nova. |
As pernas da parte de trás, curvadas. |