— Que linda flor! — disse a mulher, dando um beijo nas pétalas vermelhas e amarelas. Nesse preciso momento, a flor abriu-se com um forte estalido. Era realmente uma túlipa — agora via-se bem —, mas mesmo no centro da flor, no centro verde, estava sentada uma menina minúscula, graciosa e delicada como uma fada. Não era maior que metade de um polegar, e por isso ficou a chamar-se Polegarzinha.
![]() |
Imagem retirada daqui |
E assim começa a história da
"Polegarzinha" de Hans Christian Andersen, um clássico da
literatura infantil, tantas vezes por mim lido e recriado às minhas
crianças. Conta as aventuras e desventuras de uma menina tão pequenina cuja
cama é uma casca de noz e que tem como
desejo principal encontrar alguém do seu tamanho. Ao fim e ao cabo, um desejo
igual ao do comum dos mortais, este, o de encontrar alguém com quem nos
identifiquemos e onde prevaleçam as afinidades.
Creio
não ser muito rebuscado associar a decoração deste prato à história que acabei
de referir. Comigo a associação foi automática e, posteriormente, prendi-me mais a observar a técnica de estampilha aqui utilizada.
Como terá sido executado o motivo
central? Com uma única estampilha a dar forma a esta decoração, ou antes, uma
composição feita com recurso a diferentes placas?
Inicialmente
inclinei-me para a segunda hipótese, mas o recurso a várias chapas talvez
tornasse o trabalho mais complexo, menos célere e provavelmente este tipo de
louça "andadeira" não justificasse o uso de uma técnica
que baixasse a produção. Puras conjeturas!