quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mãos que aprendem

Estas, são algumas fotografias que integram o Anuário de um não muito distante ano lectivo.
Nesse ano, lançaram-me um desafio. Ilustrar com fotografias, a secção do anuário referente à educação pré-escolar.Teria uma condição. Não revelar a identidade das crianças.
Fiquei encantada com a proposta.Até aí, só tinha tirado  fotografias no meu jardim-de-infância, para dar aos pais.Cogitava eu sobre que tipo de fotografias tirar, quando surgiu a ideia. Pois, se as primeiras aprendizagens da criança pequena, se fazem  a partir da experimentação e  manipulação dos objectos, e das sensações, que "elas"daí  extraem, seriam as suas mãos em plena actividade, que eu iria fotografar.O título surgiu de imediato " Mãos que aprendem"Nada mais representativo do trabalho que se faz (ou que se deveria fazer), nos jardins-de-infância.

As mãos da Ana Rita, fazendo digitinta, uma das técnica mais apreciadas pelas crianças, como é fácil de se compreender :)

As mãos da Beatriz e João, construindo o herbário.

O Carlos, em pleno esforço para segurar correctamente nos talheres
Quanto mistério não há dentro de uma abóbora, até se começar a remexer o seu interior, para depois, a avó,ou as mães, fazerem o doce.

 E correndo o risco de ser "chata" deixou mais uma. Novamente a Rita, menina despachada, que queria um céu estrelado, e como não  sabia pintar estrelas, contornou algumas,  recortou-as e colou-as. Ficou magnífico!

6 comentários:

  1. Como vai sendo habitual, a sua sensibilidade e bom senso vão imprimindo um cunho muito especial às fotografias que aqui vai colocando, agora com o interesse acrescido de se tratar de um dos sentidos que colaboram mais activamente na nossa aprendizagem inicial, sobretudo pelas características lúdicas que integram.
    E sou de opinião que as coisas que se percepcionam pelo seu aspecto lúdico têm mais hipóteses de ficarem registadas de forma mais permanente na nossa memória.
    Não me teria lembrado de tal, mas agora que o fez, dou conta que é pelas mãos que uma boa parte do mundo é descoberto, aprendizagem esta que não se esgota na infância, mas que nos acompanha por toda a vida.
    Um bom final de semana e quero felicitá-la pela forma intimista e sensível como ilustrou o tema
    Manel

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  2. Curioso

    A minha mãe também era educadora de infância e algumas recordações mais antigas que tenho são com ela nos jardins escolas por onde trabalhou.

    Estas imagens fizeram-me acorrer à memória acontecimentos já muito desvanecidos, da minha infância, que julgo que terão tido lugar em 1966, 67 ou 68. Salas de aulas, copos de iogurte veneziana com tinta de guache, os refeitórios, as filas para entrar e sair na saula. Enfim, até fiquei nostálgico

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  3. Olá Maria Paula
    Estive ausente.Uns dias até à terra fazer o presépio em musgo e outros afazeres.
    Adorei o tema deste post.Fiquei a saber que é Educadora de Infância, julgava-a Professora.
    Pois!
    No meu tempo não frequentei nenhum infantário nem creche nem jardim escola...andei à roda de saias de criadas...
    Só os conheci nos anos 8o quando a minha filha nasceu. Nunca entrei nas salas deles, o que me lembro ?
    Das prendinhas feitas para dias festivos, dia do pai, da mãe, Natal, Páscoa...
    Tenho muitos deles ainda guardados.
    Se na sua profissão e nas outras que envolvam transmissão de ensino e cultura se os eleitos tivessem um perfil sensível e de dedicação como a Maria Paula,estas novas gerações teriam uma bagagem surpreendente intimista, doce, generosa e mui criativa. Gente de Bem com auto estima
    Parabéns, é uma Mulher surpreendente.
    Fiquei estarrecida!
    Beijos
    Isabel

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  4. Olá Isa
    Já tinha dado por sua falta. Eu bem que espreitava diariamente o seu blog,mas tardava em mostrar coisas bonitas, embora o seu último post, esteja recheado de coisas belíssimas. Todos os dias me detinha junto ao gomil e bacia de Coimbra. Peça linda e carregada de história de família.

    Sabe que em também não frequentei o jardim-de-infância.Eram outros tempos. Brincava no quintal, com as crianças vizinhas, partilhávamos brinquedos, fazíamos bolinhos de terra, sopa de capim :) Enfim,a vida familiar e social proporcionava-nos naturalmente, todas as condições para nos desenvolvermos.Hoje, para o bem e para o mal, não é assim.Complexidades da vida moderna.
    A maior parte dos jardins -de-infância, abre portas às 7h e 30m fecha-as às 19h! Dá que pensar. As nossas crianças, mesmo as que têm família, estão institucionalizadas, e nós não temos consciência disso.
    Obrigada pelo perfil que me traça.
    Procuro todos os dias, trabalhar, de forma, a que o tempo que as crianças passam comigo, seja uma mais valia na sua formação integral.
    Beijinhos e volte sempre
    Maria Paula.

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  5. Manel
    Tem toda a razão, quanto à importância dos aspecto lúdico, na aquisição dos conhecimentos, especialmente das crianças pequenas, que é dessa faixa etária de que eu sei falar.
    Deve ser assim a prática pedagógica em educação de infância. A criança enquanto brinca, aprende, sem saber, que o está a fazer.Não há formalidade na nossa acção. Há intenção.É essa a grande característica da educação pré-escolar que se quer activa, ou seja, envolver as crianças na construção do seu próprio conhecimento.
    Também concordo consigo, quando diz que a aprendizagem assim, não se esgota na infância.Mas, por vezes, esgota-se mesmo. Ainda se vai praticando um ensino básico muito tradicional, muito expositivo, e isso cria dificuldades às crianças, mesmo às mais velhas.O abstracto, custa a compreender. Concretizar, por vezes dá trabalho, ou então, o sistema não se compadece e não há tempo.
    Estou a alongar-me,eu sei, mas pedagogias da infância é um tema que me é muito caro.
    Obrigada pelo generoso comentário e uma boa semana para si.
    Maria Paula

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  6. Olá Luís
    Realmente curioso, a coincidência de profissões!
    Nas datas que refere, eu era ainda uma adolescente, mas quando comecei a trabalhar, em 78, ainda se usavam os copos de iogurte para as tintas.Era do melhor que havia para o efeito. As crianças tinham oportunidade de ver o resultado da mistura de cores, e aprendiam naturalmente como se fazia o verde, o laranja etc. Há uns anos foram proibidos objectos de vidro nas salas dos jardins de infância. Compreendo,que se devem prevenir acidentes, mas não sei se não será algum excesso de zelo!
    As filas, ainda se continuam a fazer. São uma oportunidade óptima para praticar a cidadania diariamente; não passar à frente dos outros, saber aguardar pela sua vez, etc :)
    Diga lá, que alguns adultos não precisavam de ser lembrados de coisas tão elementares quanto estas?
    Um abraço
    Maria Paula

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