Não das dos novos edifícios, que cumprem unicamente a missão de deixar entrar a luz do sol, sem alguma preocupação estética. Nada têm de atraente,são o que são.
Gosto delas, com prenúncio de histórias, guardando segredos de antanho ou não, desvendando mistérios, e, quantas vezes mostrando a vida dois lados. Quem passa fotografa,consoante o seu estado de alma.
Esta primeira janela pertence ao Centro de Memória de Vila de Conde, que funciona no belíssimo e recuperado edifício Casa de S. Sebastião, onde, durante muitos anos funcionou a Biblioteca Municipal.
A janela que se segue, pertence a um edifício do complexo religioso do Bom Jesus, designado por Salão de Chá. Nunca o conheci a funcionar como tal. Durante muitos, anos, esteve semi abandonado, até que há meia dúzia de anos, a confraria resolveu recuperá-lo. Já tive oportunidade de aí assistir a um ou dois concertos, mas penso que a ideia não vingou, pois nunca mais tive conhecimento de concertos ou quaisquer outras manifestações culturais.
Tirei esta fotografia, durante um passeio matinal e achei linda a decoração da janela.Especulei, sobre quem a teria feito e o mais provável é ter havido algum casamento ou baptizado.
A última pertence ao Mosteiro de Tibães, onde vou com bastante frequência, desde há muitos, muitos anos. Ainda o conheci muito degradado!Numa das visitas que fiz, a propósito de uma exposição de lobos (mãe de três filhos,tem que ser muito versátil :)), ainda se corriam riscos de acidente, tal era o grau de degradação....
e o meu querido filho mais novo resolveu desaparecer :( Mosteiro em alerta, papás em pânico,irmãos entusiasmados com os lobos e alcateias e o meu "anjinho papudo", sentado no degrau de uma escadaria imensa. Quando nos viu respondeu com um sorriso de orelha a orelha. "Perdi-me! É tão grande esta casa!"
Esta fotografia tem 15 dias. O Mosteiro, já sofreu vários restauros, mas como se percebe, ainda há muito para fazer.
e o meu querido filho mais novo resolveu desaparecer :( Mosteiro em alerta, papás em pânico,irmãos entusiasmados com os lobos e alcateias e o meu "anjinho papudo", sentado no degrau de uma escadaria imensa. Quando nos viu respondeu com um sorriso de orelha a orelha. "Perdi-me! É tão grande esta casa!"
Esta fotografia tem 15 dias. O Mosteiro, já sofreu vários restauros, mas como se percebe, ainda há muito para fazer.
A primeira segundo um modelo centralizado, de raiz orientalizante, que a Maria Paula, muito a propósito, fotografou de dentro para fora, pois se fosse ao contrário perder-se-ia o contraste, o enquadramento e o poder que a janela tem para descobrir a natureza.
ResponderEliminarA segunda, de uma tipologia ocidental mais generalista, mas com cantarias fantásticas, de granito, que fazem jogo com o branco da parede. Sobressai o pormenor saboroso da mísula em jeito de prolongamento do peitoril, sobrevivência de um elemento que em tempos de antanho servia para colocação de determinadas plantas com o intuito de informar que na casa em questão existia moça casadoira. A minha avó lá sabia o que fazia!
E, finalmente, a janela bem portuguesa com o banco, que pelo norte se denomina de "namoradeira", e que me fez recordar as do solar de Outeiro Seco, pois quase todas as janelas ali possuíam estes assentos, elementos mágicos da nossa arquitectura (e não só, pois já os vi noutros locais que não os portugueses) e símbolos doutra forma de viver a vida.
Remete para outras épocas e aumenta a nostalgia de gerações desaparecidas, quando as pessoas tinham tempo para se sentarem à janela para ver quem passava, bordar, apanhar sol, ou ... namorar.
Não sendo dado nem ao devaneio nem à nostalgia (sou naturalmente mais para o pragmático e prático no dia-a-dia), estas suas fotografias tiveram o condão de, momentaneamente, levar-me para mundos de sonho. É este o poder da imagem!
Uma boa semana de trabalho
Manel
Caro Manel
ResponderEliminarGosto da maneira como olha e "disseca" as fotografias que por aqui vou mostrando.Fico sempre a ganhar :)
Desconhecia por completo,o pormenor da colocação de plantas, no peitoril como sinal de existência de menina casadoira.Hoje, as "janelas", são bem mais abrangentes, chegam às antípodas,e as mamãs vêem-se completamente ultrapassadas em questões de sinalética :)
Um abraço e obrigada pelo comentário.
Maria Paula
Olá Maria Paula.
ResponderEliminarTambém adoro janelas.
A primeira eleva-nos em sonhos pela natureza sem sair de casa.
A casa onde cresci tem 5 mísulas em pedra como o Manel referiu e bem chamavam a atenção para meninas casadoiras...há anos pedi à minha mãe para nelas pôr vasos bojudos em vidrado verde com sardinheiras.
Adoro a do Mosteiro de Tibães, de avental e por dentro com os bancos namoradeiros, fazem a minha delícia.
Estive uns dias em Ansião, aproveitei e fotografei ruínas de uma casa solarenga de 1716 com janelas de avental e banquinhos namoradeiros, tudo em perfeito estado de abandono e degradação.
Beijos
Isabel
Olá Isabel
ResponderEliminarPois sabe, que tenho pena de na minha casa não ter umas janelas bonitas! As minhas, são iguais a tantas outras, sem piada...ainda consegui que em duas das janela, pusessem floreiras,mas ficaram tão estreitas,que nenhuma planta ali vinga:( É da maneira que no início de cada primavera, lá ando eu com novas tentativas de ter janelas floridas :)
A casa onde cresci tinha também umas janelas lindas, as janelas de guilhotina.Recordo o pormenor das portadas serem forradas por dentro, com uma rede muito fininha, para impedir a entrada de mosquitos.
Já fui ver as fotos de que fala.Dá pena!
Beijinhos
Maria Paula
Realmente a Maria Paula é decididamente uma fotógrafa talentosa. A primeira imagem é fora de série. Ainda há cerca de uma semana gastei umas dez fotografias a tentar obter um efeito semelhante num óculo, dumas escadas na Rua Castilho e consegui um resultado medíocre. Se a Maria Paula lá estivesse certamente conseguiria captar a beleza do que vi, mas que não consegui captar pela Câmara.
ResponderEliminarTambém adorei a janela com os banquinhos de pedra, que só me recordaram o Solar de Outeiro Seco.
Devia começar a concorrer a uns prémios de fotografia
Abraços e continue a fotografar janelas, monumentos, casas velhas, portas, pois os resultados são muitas vezes emocionantes
Olá Maria Paula!
ResponderEliminarAndo há dias para vir aqui deixar um comentário, mas a verdade é q não tenho chegado para as encomendas!!! :)
Tal como o Luís, achei a sua primeira foto um espanto, aquela bonita janela a emoldurar assim a paisagem é digna de revista de fotografia!
Até já falei nela a uma amiga minha q é pintora e anda agora numa fase em q se baseia em linhas e elementos arquitectónicos para partir para a tela.
Também gostei da sua referência ao Mosteiro de Tibães, q conheci há cerca de dois anos, já depois do restauro. Para além do edifício, adorei o parque nas traseiras, só q aí havia muros a degradar-se com azulejos antigos a soltarem-se. Até apanhei um q estava no chão e levei para a recepção para lhes chamar a atenção de q aqueles azulejos se podiam estar a perder.Não sei se assim continuam...
Um abraço
Caro Luís
ResponderEliminarObrigada pelas palavras encorajadoras.
De facto já pensei em participar em concursos de fotografia, mas, ou porque os temas não me agradem, ou porque me desleixo, acabo sempre por não passar da intenção.
Abraços
Maria Paula
Cara Maria Andrade
ResponderEliminarO Mosteiro de Tibães é um nunca acabar de emoções. Desde que o vi pela primeira vez, há muitos anos, na maior completa ruína,que me deixei fascinar pela sua história (antiquíssimo,foi fundado em finais do século XI !!),que é um triste exemplo de abandono,decadência e delapidação de bens. Sabe que a biblioteca do Mosteiro, desapareceu, pois durante anos,os seus livros serviram para atear as fogueiras das pessoas pobres e incultas viviam, nas sua proximidades Quando ouvi esta história, não pude deixar de me arrepiar...
Cada vez que lá vou, regozijo-me, com toda a recuperação que tem sido feita.
Para além de todos os restauros,há um trabalho, (que eu considero de mérito), dirigido a todas as franjas da população,as escolas por exemplo são as grande beneficiadas.
Todos os anos levo as minhas crianças ao Mosteiro, para assistir a pequenas peças de teatro, ou visitar a Cerca.
Ultimamente, aproveitando uma das alas mais retiradas,construíram ali um hotel.Discutível a ideia de um hotel, e as opções arquitectónicas.
Beijinhos e obrigada pelo comentário generoso à minhas fotos. Fico toda "babada" :)
Boa semana
Maria Paula