A maior parte destes azulejos, ao contrário do que acontece aqui no norte ( onde os azulejos ocupam integralmente a fachada das casas), estão colocados de uma forma contida, formando frisos em jeito de remate.
Achei, esta construção curiosa e interrogo-me sobre a sua função original. Parece-me, demasiado cuidada, para ser um espaço de serviço. Será que foi construída para aí funcionar algum comércio? Não há construções novas adjacentes, o que exclui a hipótese poder ser o anexo de alguma boa casa, que por ali tenha existido. A porta larga, faz lembrar o movimento de entrada e saída de carros...
Este segundo edifício, já na Vila -Adentro ou Cidade Velha, talvez por deformação profissional, fez-me lembrar uma casinha de bonecas :)
Os dois beirais,mas, principalmente o que encima a janela, parecem tirados da ilustração de um conto infantil.
Só as persianas fazem voltar à realidade...
Pormenores do friso, com flores-de-lis.
Os dois frisos que se seguem, muito idênticos, reflectindo talvez um gosto comum na época, pertencem a duas casas comerciais, da Rua de Santo António, que já foi , segundo os Farenses, uma das ruas mais elitistas da cidade, com vários palacetes, onde viviam as famílias mais abastadas da cidade.
Com pena minha, tive que me ficar pela fotografia dos pormenores, pois não tinha ângulo suficiente, para fotografar a fachada dos dois prédios, na sua totalidade. Mas, talvez seja melhor assim. Nada de bonito teria para mostrar. Antes pelo contrário! Cartazes colados por cima de azulejos a merecerem melhor respeito, comércio tristonho, muitos, muitos fios de ligações eléctricos, enfim, acho que nos falta, um certo brio em manter cuidado o que nos pertence.
Tenho mais fotografias sobre os azulejos de Faro. Ficarão para a próxima. Fotografei tantos, que se os pusesse aqui todos de uma assentada, corria o risco de vos ver fugir :)
Olá Maria Paula,
ResponderEliminarEstes frisos de azulejos de inspiração Arte Nova fazem as minhas delícias. Já imaginou como ficariam bonitos estes motivos, bordados a ponto de cruz, em barras de atoalhados ou em roupa de mesa? Bem, mas assim em azulejos de fachada podem ser vistos por toda a gente.
Os da flor de lis seguem outro estilo, não me atraem tanto, mas os outros três enchem-me os olhos, sobretudo o último com as flores em lilás, uma das minhas cores preferidas.
Aqui na zona centro também se vêem muitos prédios com essas barras, em Coimbra, em Aveiro, na Figueira da Foz, mas de vez em quando lá tenho o desgosto de ver um deles ir abaixo...
Sei q em Aveiro a Fábrica da Fonte Nova fabricou azulejos Arte Nova e Sacavém também, mas não sei de outros fabricos e gostava muito de saber. Claro, há ainda os de Rafael Bordalo Pinheiro mas isso é um caso à parte!
Continue a mostrar belas fotografias como estas q pode ter a certeza q ninguém foge daqui...
Beijos
Cara Maria Andrade
ResponderEliminarDeste conjunto de azulejos, também prefiro os de inspiração Arte Nova. O friso de azulejos com as flores-de-lis, só aqui constam, porque estão integrados num conjunto muito engraçado, diria até ingénuo.
Quando a Maria Andrade, imaginou os primeiros azulejos, bordados a ponto de cruz,( que dariam sem dúvida umas belas toalhas) fez-me lembrar a minha avó paterna que era uma exímia bordadora, e tinha por hábito, reproduzir os desenhos dos serviços de chá, ou jantar, bordando-os depois, primorosamente. Ficava toalhas lindíssimas. Herdei uma, bordada com minímas violetas, mas não lhe herdei o jeito para bordar :)
Abraços para si e bom fim de semana
Maria Paula
Olá Maria Paula
ResponderEliminarLindas fotos.Um hábito a que nos habituou!
Adorei como sempre. Este género de frisos com flores é algo usual ainda em várias terras, ultimamente os tenho visto na Ericeira,Alhandra e Soalheira perto de Castelo Branco. São típicos em casas mais pequenas, geralmente com uma pequena torre tipo chalets.Há muito que não vou a Faro, ando mais pelas praias...um dia destes meto-me a caminho e vou mesmo ver in loco estas preciosidades.
Boa e Santa Páscoa para si, família e amigos, com cabrito e doces...e o Folar seja de Valpaços ou outro, mesmo assim um bom folar.
Beijos
Isabel
Julgo que a largura da porta remete para uma utilização mais ligada ao trânsito de veículos (sem certeza alguma, claro!).
ResponderEliminarQuanto à pequena fachada .... um primor se lhe tirassem a feia persiana! Merecia que lha arrancassem, pois o conjunto seria soberbo.
E quanto aos bordados, e apesar da fama que os homens têm de não ligar nada ... devo confessar que sou algo fanático por eles.
Tenho a sorte de possuir (algumas herdadas, outras fui eu que as adquiri) várias toalhas em linho, algumas primorosamente bordadas, de tal forma que até tenho receio de as colocar em uso, pois tenho medo que a lavagem dê cabo da obra ...
E os desenhos deixam-me em contemplação durante tempos infinitos, pois há sempre um pormenor que escapou na última observação.
Que louvável essa sua avó paterna, a quem deveria dar um prazer sem fim copiar os motivos e transformá-los em bordado.
Tentei fazê-lo para a minha mãe, mas o resultado nem sempre ficou famoso, pois o desenho em papel é sempre diferente do resultado final, bordado (ou o resultado ficava muito pequeno, ou perdia resolução!) ... falta de experiência da minha parte, foi o que foi!
Uma boa Páscoa e parabéns pelas fotos com que nos brindou
Manel
A Maria Paula brindou-nos como de costume com fotografias impecáveis.
ResponderEliminarTem que tentar reparar se os azulejos tem assinatura. Embora a maioria dos que estejam assinados, sejam paineis historiados, isto é, representando composições complexas, pode ser que tenha a sorte de encontrar alguns assinados ou com a marca de fábrica. Em todo o caso, gosto deste levantamento, que vai fazendo do que vê nos prédios das terras portuguesas, com o precioso auxílio do seu talento fotográfico
Abraços
A todos os meus queridos amigos, desejo uma boa Páscoa.
ResponderEliminarMaria Isabel, eu diria até, que estes frisos são comuns a todas as zonas do país. Esta semana, estive em Vila Nova Foz de Côa, e lá estavam os frisos de azulejos que fazem as nossas delícias.Beijinhos.
Manel, a minha avó era uma pessoa muito habilidosa. Para além de reproduzir, os desenhos de alguns serviços, criava os seus próprios riscos para os bordados e não só ( chegou a pintar, mas considerava que os quadros não tinham qualidade e desistiu). Aquela casa era um manancial de papel químico, papel vegetal, linhas e bastidores :) Morreu com 94 anos. Aos 86, ainda me bordou uma pequena toalha de chá.... Abraços
Luís, tem toda a razão! Vou começar a reparar no pormenor da assinatura e outras referências que possam existir, aliás, como o país está revestido a azulejos de norte a sul, seria interessante perceber, por exemplo, se há mais incidência de determinada fábrica, numa ou noutra região. Já estou a divagar e hoje não dá jeito :) Os foguetes estoiram aqui perto e a minha cadela, raspa desesperadamente na porta pois quer entrar :) Um abraço
Maria Andrade, já nos falamos neste post, mas mesmo assim deixo-lhe um abraço com votos de boa Páscoa.
ainda bem que existe pessoas como vc
ResponderEliminarparam diante de um belo azulejo
fotografam
e
compartilham!