sábado, 23 de julho de 2011

Coisas diferentes que vou vendo por aí - I

São raros os dias em que  deixo a máquina fotográfica em casa, mas, também devo dizer ,que no meu dia a dia, raramente a utilizo. O quotidiano absorve-me de tal maneira, que não me sobra disponibilidade mental, para parar, olhar e reparar no que me rodeia.  Quando me apanho em férias e saio do meu cantinho Minhoto, desforro-me. De forma natural,  fico mais arguta, mais observadora, e gosto de fotografar pormenores que  atraiam a minha atenção.
Seguem-se três fotografias, tiradas em diferentes ocasiões, e, que por várias razões prenderam a minha atenção.

É, ou não é? Não. Não é um colchão verdadeiro, mas eu e a minha filha, que passamos a correr por esta escultura para nos refugiarmos duma chuvada imprevista, ficámos atónitas com a visão! Um colchão depositado em plena via pública de uma grande cidade!? Passados alguns minutos, já abrigadas num café , e estrategicamente sentadas numa mesa em frente ao "nosso colchão", começamos a duvidar da sua autenticidade. Quem passava, não reagia perante  sua visão e, foi aí, que percebemos tratar-se de uma escultura. Mesmo assim, quando saímos, ainda lhe fomos tocar com o pé :) Claro, que nos rendemos perante o realismo da obra, sem chegarmos depois a consenso, quanto à sua beleza, função, intenção do autor etc, etc


Este cartaz anti -tourada de grandes dimensões chamou a minha atenção pela utilização de uma imagem que considero forte. Não consigo ter uma opinião definida sobre as touradas, talvez, porque este espectáculo ,nunca fez parte da minha realidade, mas sou tendencialmente contra e estou absolutamente convicta da sua violência. O autor do cartaz conseguiu, com grande mestria, passar a mensagem de tortura e sofrimento infligido aos animais durante as touradas.

Numa caminhada por terras de  Terras de Basto, mais precisamente em Mondim de Basto e ao longo da  Levada de Piscaredo, numa das várias aldeias por onde passei,  descobri esta  selha, feita a partir de um barril, que, deixando de ter serventia, for reconvertida em floreira.  Quando a  Maria Andrade, nos mostrou as pedras do seu jardim, por associação  de ideias, lembrei-me do quanto gosto de selhas, e que  na casa dos meus pais, em Angola, havia algumas com a esta função. Os aros de ferro eram pintados em cores garridas e já naquele tempo faziam as minhas delícias. Ainda não tenho nenhuma, mas lá chegarei :)

Sobre a fotografia, gosto da harmonia inesperada formada pelo conjunto das alfaces e do cebolinho em vez das flores, da rede azul a poder ser um adorno, da grelha a espreitar, da parede inacabada e... dos aros pintados a vermelho.

6 comentários:

  1. Olá Maria Paula
    Parabéns, mais um excelente post.
    As férias na companhia da sua filha fazem-lhe muito bem. Há muito que sentia na sua escrita um realismo romântico, doce, atento, raro. Confesso que nunca gostei de ler...prefiro a verdade à mentira por isso apesar de envergonhada o digo, no entanto a sua leitura encanta-me. Mote para interiorizar e começar a escrever um livro. Temas não lhe faltarão. Angola. Minho. Vida profissional.Emoções. Memórias.e...
    A sua prosa enche o coração de qualquer humano, esteja ele perdido ou a extravasar de paixão,palavras carregadas de sentimento, alimentam a alma, despojada de vaidade e gabarolices. Estonteante o seu jeito natural como escreve.

    Continuação de bons passeios. Há anos que não vou a Mondim de Basto...nem ao Gerês...nem a Chaves...vai ter de ser um dia destes!

    Os temas abordados denotam tanta sensibilidade e autenticidade que ao visitar hoje o seu blog saio daqui muito mais enriquecida.
    Beijos
    Isabel

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  2. Olá Maria Isabel
    Muito generosas as suas palavras.
    Realmente tenho algumas vivências, que dariam bons episódios para um livro, mas nunca escrito por mim :) Seria um descalabro e esse risco, eu não correria :)Quando muito, um livro infantil, repescando as várias histórias que fui imaginando para os meus filhos.Quando me reformar ponderarei a hipótese :)
    Abraços e obrigada pelo seu comentário
    Maria Paula

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  3. Faça um livro de fotografia!!!!

    Um livro de fotografias com legendas, pequenos textos, mas a fotografia é sem dúvida o seu meio de expressão mais sensível.

    abraços

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  4. Caro Luís
    Sei a que tipo de livro se refere e não me desagradaria fazer a selecção de algumas fotos a pensar num possível trabalho. Quem sabe?
    Um abraço e obrigada pelo incentivo

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  5. O Luís disse o que teria gostado de lhe dizer também. Considere a hipótese de publicar!
    Há tanta obra com fotografias que, quando as folheio, não as considerando feias acho-as perfeitamente "vulgares de Lineu".
    Possui uma sensibilidade muito especial para a fotografia, os meus parabéns
    Manel

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  6. Caro Manel
    Obrigada pelo seu comentário.
    Incentivada pelas suas palavras e pelas do Luís, criei aqui no meu pc, um álbum, onde vou colocando algumas fotos seleccionadas a pensar na possibilidade dum futuro trabalho.
    Um abraço para si

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