quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Florzinhas da Vista Alegre

Florzinhas da Vista Alegre neste meu regresso ao  admirável mundo das coisas de que gosto e, o mais importante, o regresso às tertúlias com os amigos que tanto estimo.

Um pequeno bule sem tampa e um açucareiro da VA  foram as minhas últimas aquisições.Esta decoração da Vista Alegre, apesar de não ser novidade  para os amantes das porcelanas antigas, constitui sempre  um momento de prazer e curiosidade. Descobrir  diferenças e semelhanças é  um jogo que quase sempre se torna irresistível para os apreciadores de velharias.
A nota mais curiosa deste conjunto vai para o bule. Para além da sua dimensão muito reduzida (serviria doses individuais de chá?), o remate da parte superior do bico é pouco usual. Todos os dourados que compõem a decoração estão muito gastos, o que é uma pena.

Há já mais tempo em meu poder, uma chávena de café com as mesmas florzinhas. O debruado a azul confere-lhe um ar mais prático ou como se diz agora casual! Eu diria casual chic :)

 Gosto do pormenor do azul na asa. As duas primeiras peças estão marcadas com as siglas VA em azul. Esta chávena tem a marca V.A. pintada a verde e riscada a tinta azul!!
Por fim, mas não menos importante,  resta-me dizer que descobri o encanto destas florzinhas  aqui no fantástico blogue do Luís.
Marcas no pires. As da chávena são iguais

12 comentários:

  1. Olá Maria Paula congratulo-me de a ver de novo por aqui - revela que a saúde da sua querida mãe está de novo estável. Espero que tão depressa não tenha outras atormentações.
    Pela ansiedade que passou julgo aflorou a sua sensibilidade - nada melhor para mostrar neste regresso que um post sobre a VA com as típicas florzinhas - uma delicadeza sem palavras - não fazem o meu género, não seja por isso sei do mesmo modo apreciá-las.Os gostos de cada um são muito eclécticos, não podemos levar a mal - no caso ao mirá-las senti uma paz rara, e serenidade que gostei. Lindo o conjunto com a chávena que já tinha.Ainda vem que as encontrou e trouxe consigo.
    Obrigada pelo regresso com imagens surreais - gostei da foto com a transparência da bainha do cortinado e da mesinha que tem um nome especifico, agora não me vêem à cabeça - igual a outra minha onde guardo as fotos de família na casa de Ansião.
    Beijos
    Continuação de boa saúde para a sua querida mãe extensiva a toda a família
    Isabel

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  2. Olá Maria Isabel
    Obrigada. A minha mãe apesar de debilitada fisicamente continua a melhorar e a vida acaba por voltar ao normal.

    Eu gosto muito destas florinhas. São de uma grande delicadeza e transformam qualquer peça numa beleza cheia de candura e graça. Eu que não sou grande apreciadora de caixas e caixinhas tenho uma com esta decoração, que é um requinte mesmo tendo uma pega partida.A seu tempo hei de mostrá-la. A mesa onde fotografei o conjunto não sei se tem algum nome especial. É uma pequena mesa de apoio com umas ferragens em bronze nas pernas arqueadas. Não sei dizer qual o estilo só sei que gosto muito dela.
    Beijos para si e um bom fim de semana que já se vai adivinhando.

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  3. Ainda bem que a Maria Paula e o seu espírito tranquilo regressaram e folgo saber que a sua mãe melhorou.

    Estas florzinhas da Vista Alegre foram usadas dezenas de ano a fio, assim atirando o barro à parede diria que entre 1870 e 1920, ou talvez até mais tarde e são um encanto. É uma decoração delicada, mas sem pretensões .

    Beijos e seja bem vinda ao nosso convívio, feito à volta de chávenas da Vista Alegre, pratos de faiança e outras coisas inúteis, mas cheias de charme.

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    1. Olá Luís
      Muito obrigada pelas boas vindas.
      Ainda bem que a Vista Alegre tinha na altura o seu quê de conservadorismo. Permite-nos agora, a nós, os apreciadores destas delicadezas ir encontrando com uma certa facilidade peças decoradas com este motivo, que fazem o nosso deleite.
      Beijos também para si e uma boa semana.

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  4. É bom sinal o vê-la por aqui, neste mundo que, afinal, nos encanta a todos, não obstante ser apelidado de inútil. Que interessa que o façam se ele não incomoda a terceiros, não nos faz mal (pelo contrário, induz-nos à contemplação e enriquece-nos com o desejo de querer saber mais) e só pode espalhar na net imagens de grande beleza, ao contrário daquilo com que nos bombardeiam diariamente nos "media"!
    Estas flores, quando as vejo, levam-me sempre a considerá-las como as influências remanescentes dos franceses na VA. Um dos período felizes para a produção desta fábrica, que em boa hora os trouxe para Portugal.
    Claro que deixaram escola, que perdurou durante decénios, e que nos leva a ver estas peças como símbolos de uma era passada.
    Julgo que a VA não só contratou muitos artistas estrangeiros para a sua fábrica, como muitos dos seus mestres eram enviados para o estrangeiro em estágios (a França era um dos destinos por excelência), para que, aí, se familiarizarem com outras tendências e métodos de fabrico.
    Assim, não é de admirar que toda a sua produção tenha sempre um ar requintado, internacional, cuidado e até vanguardista (para a época, creio), o que lhe permitia ter o seu lugar na produção europeia, apesar de não ter o devido reconhecimento (o facto de estar num recanto por onde não singravam as grandes linhas mestras civilizacionais da Europa, associado a outros fatores isolacionistas, a isso levou).
    Adquiri há pouco tempo um conjunto de chávena e pratinho, julgando ser um "Vieux Paris" do século XVIII, quando, uma semana depois, fui dar com um exemplar igual ao meu no Museu das Janelas Verdes, identificado como VA! Fiquei encantado por, mais uma vez, dar conta da qualidade da nossa porcelana!
    Estas suas peças serão herdeiras desta tradição, nem sempre tranquila ou mesmo consensual, mas de um indiscutível bom gosto.
    Um bom final de semana, que já joga ao "gato e ao rato" connosco, esperando que a sua mãe continue na sua recuperação
    Manel

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  5. Olá Manel
    Este gosto pelas porcelanas, faianças, vidros e outras velharias são um estímulo constante. Nesta fase em que os filhos já estão criados, quantas vezes o vazio se instalaria se não fosse este gosto, este prazer no procurar, ver, manusear e algumas vezes comprar :) Além do mais, este é um prazer com outras mais-valias. Lê-se, aprende-se sobre esta e outras matérias e no meu caso tenho até o privilégio de contactar com este núcleo de pessoas tão sabedoras e interessantes.
    A propósito do seu conjunto que julgava “ Vieux Paris” e afinal é Vista Alegre, hei de mostrar aqui um pequeno prato que comprei em Roma no Mercado das Pulgas e que eu juraria ser da VA, mas atendendo a que foi comprado em Itália, nada afirmo :)
    A minha mãe continua em franca recuperação, mas agora com um quadro depressivo, muito aborrecido.Esperamos que ultrapasse isto!Um abraço e uma boa semana.

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  6. Lindas peças e lindas fotografias, Maria Paula!
    Tinha quase a certeza que havia um bule igual a este, só que todo branco, em casa da minha mãe, mas quis confirmar. Efetivamente é o mesmo formato, com aquela dobra na ponta do bico e também tamanho pequeno, só que a marca é um V.A verde, talvez a marca nº 21, portanto a peça é mais tardia do que as suas. E também não tem tampa.
    Não me parece que estas suas porcelanas fossem feitas como parte do mesmo conjunto, os tamanhos e formatos não coincidem, só que receberam a mesma decoração das belas florzinhas que nos encantam e ficam muito bem juntas. No meio da minha tralha também há um bule arredondado, com a pega da tampa em botão e com pintura de flores mas já muito gasta. Penso que seria o bule do seu açucareiro :) Também achei engraçado que a sua chaveninha tenha a mesma decoração duma minha que já apareceu num post de 07/2011, mas o formato é outro... e eu tenho uma igual à sua em branco :).
    Realmente a Vista Alegre de há 100-150 anos, ou os pintores de fora da fábrica, usaram este motivo decorativo, com algumas variantes, em variadíssimos objetos e formatos, que também muitas vezes aparecem a branco...
    Desculpe o arrazoado, mas acho interessante fazermos estas comparações de peças da extraordinária produção VA.
    Beijos

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  7. Andei às voltas pela casa com o bule e açucareiro pois achava que estas duas peças mereciam um cenário elaborado e delicado. Escada acima, escada abaixo, fui parar ao meu quarto e a luminosidade do dia, filtrada pelas cortinas fez com que a fotografia resultasse.Passe-se a imodéstia :)
    Tem razão quando diz que as duas peças não devem pertencer ao mesmo serviço. A asa do açucareiro, tem um formato muito especial com as suas três ou quatro estrias e pouco ou nada tem a ver com o bule. Aliás, ao fim de tantos anos não seria de esperar encontrar serviços mais ou menos completos ainda por cima a preços muito acessíveis.
    Maria Andrade, estou convencida que se juntássemos as nossas tralhas, muitos casamentos haveríamos de fazer :)Esqueci-me da minha máquina em casa de uns amigos mas quando a tiver vou fotografar as pegas do açucareiro, para melhor poder ver os pormenores.
    Desculpe a demora da resposta e um beijo para si.

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  8. Oi Maria Paula, adorei sua visita e é um prazer retribuir, seu blog é lindo e está cheio de coisas de que eu gosto também.
    Bjs!!!

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  9. Olá Fátima
    Eu é que agradeço o seu gentil comentário.Apareça sempre e desculpe a demora da resposta. Beijos

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  10. Meu deus Maria Paula!!!

    Que peças lindas!!

    Esse açucareiro é soberbo!!!!!

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  11. Boa tarde!

    Após muito apreciar o seu blogue, atrevo-me a comentar... As peças que apresenta são de facto peças incriveis e deliciosas para o olhar, é um padrão tão muito característico do sec XIX da Vista Alegre!
    No entanto,penso eu, tendo como base fotografias e documentação, que o bule de facto, é pequeno porque pertencia a um conjunto de tête-à-tête, e o açucareiro penso que não é um açucareiro mas sim uma compoteira, que é uma peça incrivelmente pouco usual, especialmente no estado em que se encontra! Numa apreciação global acho que são peças incriveis, ainda que não pretencentes ao mesmo conjunto, conseguiu realizar um casamento marivilhoso e harmonioso!

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