domingo, 10 de novembro de 2013

Uma chávena de chá

No seguimento deste post do Luís e a propósito das boas peças que volta e meia vamos encontrando ao preço da chuva, mostro hoje o meu “achado” de há já uns meses, na feira de Ponte de Lima.

Ei-la! 

Estava no chão no meio de uma grande quinquilharia e eu nem queria acreditar no preço que a rapariga pedia por ela, dois euros e meio! Trouxe-a, como se um autêntico tesouro se tratasse.
Não duvido da origem inglesa desta chávena, mas quanto à fábrica que a produziu não me pronuncio. Pesquisei bastante, com base na decoração, mas não encontrei nenhuma semelhante. Acho muito curiosa a sobriedade da decoração exterior em contraste com o preenchimento rico do interior. Na parte de trás está pintado a dourado, o número 113, que será o pattern number.

6 comentários:

  1. De que fábrica saiu, não faço ideia, no entanto há uma grande probabilidade de ser inglesa, o que afirmo devido à forma da chávena.
    Contudo acho muito curioso o facto de ter tão exuberante decoração no interior em vez de estar no exterior. O que terá levado a isto?
    O mais vulgar seria tê-la no exterior, claro, não obstante ...
    O desenho, lindíssimo com as suas grinaldas em medalhão, tem caraterísticas neoclássicas, o que aponta para uma peça de inícios do século XIX, mas quem sabe.
    Muito obrigado por no-la mostrar, e um bom resto de semana
    Manel

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    1. Olá Manel
      Sabe que passada a euforia do momento de uma boa compra, a coisa que mais prendeu a minha atenção foi precisamente a sobriedade da decoração do exterior em contraste com a do interior, o que não é frequente nas nas peças da época.. Esta opção torna a chávena mais sóbria, que, talvez, até ficasse demasiadamente "pesadona" se fosse decorada exteriormente. Pelo que tenho visto no blog da Maria Andrade acredito que seja de origem inglesa mas, como bem diz o Manel, "quem sabe"?
      Continuação de uma boa semana

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  2. Maria Paula

    Curioso. Há quase um ano comprei uma chávena, com muitos pontos de contacto com a sua, para oferecer a uma amiga. Também a comprei por tuta-e-meia, o que só prova que a loiça inglesa é pouco apreciada por cá e continua a vender-se ao desbarato. Olhe, azar dos comerciantes e sorte a nossa!

    A chávena que comprei além do mesmo formato, está também decorada com cores vivas e apresenta também o mesmo brilho. Julgo que serão do mesmo fabricante ou pelo menos o processo de fabrico foi semelhante. Julgo que chávenas sejam uma espécie de lustrina, mas talvez a Maria Andrade, que conhece muito bem louça inglesa, possa adiantar mais qualquer coisa.

    Bjos

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  3. Que sorte teve a sua amiga! Como não podia deixar de ser também gosto de prendas "velharias". Quando fiz anos (ao contrário do Manel, sou pior do que as crianças no gosto que tenho por este dia) recebi um lindo azulejo, oferta do meu filho mais novo. Deixou-me muito emocionada o facto de ele, apesar de longe, ter presente os meus gostos :) Coisas de mãe!

    Esta chávena não sei se será lustrina. Também cheguei a ponderar essa hipótese, mas não me parece. É certo que os dourados, volta e meia apresentam uma certo tom de lilás mas, também não tenho a certeza se isto é uma caraterística da lustrina. O melhor é mesmo esperarmos pela opinião da Maria Andrade.
    Beijos para si e continuação de boa semana

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  4. Parabéns, Maria Paula, bela compra!
    Realmente esta chávena lembra muito as decorações com lustrina rosa, mas aqui parece-me dourado mesmo. Só pode ser inglesa, uma London shape, e a própria opção de decorar o interior da chávena e deixar o exterior mais sóbrio, geralmente só com um filete, é também tipicamente inglesa, sobretudo do período Regência. Tenho algumas assim e uma ou outra já mostrei no blogue.
    Quanto ao nº de padrão, vários fabricantes usaram esses números a dourado – Coalport, Grainger, Herculaneum ... – e sendo um nº baixo, indicia uma data recuada, a partir de c.1810, mas não se sabendo qual o fabricante é difícil afirmar com certeza (pode-se tratar de um que tenha iniciado a marcação mais tarde...)
    Às vezes parece que os vendedores só conhecem e valorizam a porcelana Vista Alegre e isso para nós é muito bom... : )
    Beijinho

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  5. Olá Maria Andrade
    Uma escapadinha à hora de almoço para lhe poder responder. Peço-lhe desculpa pelos habituais atrasos nas respostas, mas entre algum descuido da minha parte e e o trabalho que não me larga, dá nisto :)

    Esperava a sua opinião para confirmar as minhas suspeitas de que a origem desta chávena seria mesmo inglesa. Desconhecia que este tipo de decoração é caraterística do período Regência. Acho muito interessante este tipo de opção. Tenho ainda mais três chávenas para lhe mostrar (já lhe falei nelas). Uma está marcada e é da Spode, as outras não estão marcadas e também as comprei por um preço muito razoável, mas nada se comparando com a pechincha que custou esta :)
    Beijinhos e bom fim de semana

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