quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Casa que faz sonhar

O post do Luís, " A casa dos Cunha na Rua Direita de Chaves", catapultou alguns dos comentadores, para o mundo dos sonhos. O sonho de ter a casa X, num lugar de sua eleição.
Não comentei esse post, pois pouco teria a acrescentar, mas ele teve o condão de também me transportar até "à minha casa X".
E diga-se que tenho várias; uma, seria na minha longínqua terra natal  e teria com toda a certeza cancelas em madeira, pintadas de vermelho, outra,  poderia ser perto de uma qualquer praia, a terceira seria obrigatoriamente em Lisboa,no seu coração de preferência e,  por fim, uma muito velhinha, para que eu tivesse o prazer de a restaurar, sem lhe alterar a traça original, e ter o gosto de dar nova vida aos materiais que nela tivessem sido utilizados nesses tempos distantes.

Percebe-se, que não será por falta de sonhos, que serei infeliz  :)

Bem perto da minha casa, da verdadeira, existe uma, com a qual me "cruzo" todos os dias, e que também me faz sonhar, imaginando eu, o que faria, se ela fosse minha.
Tenho fotografias dela, ou melhor de pormenores.Não consigo uma boa fotografia de toda a casa. Falta de técnica e de ângulo:)
 Está abandonada há décadas. Está, agora à venda.
Ei-la!
O portão da entrada principal

A porta principal

Pormenor dos azulejos




12 comentários:

  1. Que Liiiinda Maria Paula, adorei adorei adorei!!!
    Mesmo como eu gosto e sonho....L I N D A!!!

    Beijinho Maria Paula

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  2. Olá Maria Paula
    Surpreendente este mundo virtual de uns quantos amigos, mote inspirador em persistir e reviver sonhos tão presentes em cada um de nós...
    Gostamos de casas....como sei!
    A minha filha mora numa mansarda num pátio de Alfama todo remodelado com uma vista deslumbrante sobre o rio. Há muito casario a ser restaurado,acredito que um dia lá terá a sua, fica a uns passos da feira-da-ladra,do miradouro de Sta Luzia, do Castelo, da Fundação Ricardo Espírito Santo, dos antiquários, Sé, igrejas, da baixa... para mim é de todos os bairros o mais castiço, que me desculpem os outros, mas gostos não se discutem.
    Também sempre sonhei com uma casa na praia, o melhor que tive foi um apartamento grande na Figueira da Foz, foram 12 anos de Natais fabulosos, da lenha acabar e ter de ir à serra a chover e nevoeiro de serrote em punho cortar madeira, pô-la no lume e vê-la chorar...
    Tudo acaba, durante o ano era pouco vivida, a minha mãe decidiu rentabiliza-la...
    Quanto à do campo na traça tradicional para restaurar é a que mais gosto me dá, não é minha, sim do meu marido, e logo ele que lhe liga tão pouco, por ele nada fazia, a minha teimosia persistente lá a vai mantendo, sempre com o coração nas mãos de ser de novo assaltada, então o jornal não dá conhecimento dos assaltos, das pias roubadas, do azeite derramado, de levarem tudo, até talheres...
    Sou uma mulher de excessos, quando li o post do Luís vibrei em descobrir o tipo de casa dos seus sonhos, vai daí não hesitei em lhe dizer que quando me sair o euro milhões lhe oferecia uma igual. Esqueci-me da partilha, que tenho outros amigos de igual craveira. Que fazer senão remendar!
    Espero sinceramente que sejam uns milhões para poder em abono da verdade contemplar todos!
    Se a casa perto da sua ainda estiver à venda, compra-se e pronto é sua, e não se fala mais nisso.Adorei-a, desde o imenso portão de ferro forjado ao grená dos azulejos,dos do remate Arte Nova, das grandes janelas e da elegância do remate da frontaria tão usual mais para sul com os varandins em piqueletes de loiça de Massarelos? não sei se nos extremos terá vasos ou estatuetas como é costume por aqui....linda, e à falta de cancelas vermelhas, tem sempre o grená dos azulejos, que é a minha cor predilecta, lembram-me morangos, cerejas, um homem de morrer com uma camisola desse tom...
    Vou contar uma confidência, estou a pensar ir morar para o norte....ninguém sabe!
    Sobrará por certo algum tostão para visitar a sua terra natal,regalar-se com a sua casa de cancelas vermelhas...
    Beijos
    Isabel

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  3. Fico sempre espantado com as suas fotografias e a sensibilidade que revela. No ínicio pensei "ela só tira bem fotografias a flores, frutos e coisas naturais", mas agora vejo que capta com uma poesia também muito especial a alma das casas antigas, dos portões enferrujados e dos jardins abandonados. Comoveu-me

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  4. Esta casa, para além de estar fotografada por si de forma muito sensível, e talvez por isso mesmo, trouxe-me a nostalgia do tempo em que, em dias de sol, corriam crianças pelo jardim na parte da frente, vigiadas pela família através das janelas, abertas de par em par.
    A nostalgia de uma forma de vida que desapareceu e dificilmente regressará.
    Há toda uma linguagem "Art Nouveau" que invade a edificação através dos azulejos e do desenho dos ferros do gradeamento, no entanto, o edifício propriamente dito, é algo austero, com um cunho até britânico na sua composição classicista.
    Não corresponde à minha ideia de casa ideal, a qual se dirige para um edifício mais doméstico e rústico, rodeado de um pequeno jardim de rosas antigas, tipo "english cottage" (peço desculpa pelo anglicismo, mas é o termo que melhor define a minha ideia). Cantarias de pedra à vista, pequenas janelas com portadas, assimetria, profusão de madeira à vista, tijoleiras antigas, rebocos rústicos sem preocupações de superfícies muito lisas, travejamentos descascados aparentes, lareiras ... enfim, isto constituiria boas guias para o sonho de uma habitação modelo, o que em Inglaterra constituiu um movimento muito popular no século XIX denominado de "Arts and Crafts".
    Não tendo esta hipótese, contento-me com um andar no centro de Lisboa (evitei os bairros "pipulares", que a vizinhança não é recomendável e eu gosto de viver tranquilamente, sem que me imponham o barulho alheio!), para poder ir a pé para o trabalho. Quanto ao cantinho rural também existe, mas ainda é rudimentar!
    Um bom final de semana
    Manel

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  5. Marília
    É de facto muito bonita esta casa.O espaço que a rodeia é magnífica.
    Fica a caminho do Bom Jesus, mesmo no início do escadório.Quando vier a Braga facilmente a localizará. Está à venda :)
    Beijinhos
    Maria Paula

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  6. Cara Isa
    É no acreditar, que está o querer, ou será, que é no querer, que está o poder :)
    Já não sei muito bem, o certo é que se a Isa, acredita que eu hei-de ter a minha casa em Lisboa, é porque vai mesmo acontecer, aliás, acabo de jogar no euromilhões:)
    Agora falando um bocadinho mais a sério,sonho muitas vezes com uma casa de sonho, não que esteja descontente com a minha, mas é sempre bom imaginar, "se"...
    Adoro a sua firmeza quando diz "Se a casa perto da sua ainda estiver à venda, compra-se e pronto é sua, e não se fala mais nisso".
    Pode ter a certeza, que se me sair a mim o euromilhões,correremos as praias de lés a lés, até encontrar a sua casa de sonho.Para si na praia, para o Luís a da rua Direita, para o Manel,a casa rodeada de roseiras antigas (como gostos delas),e para a Marília, com certeza seria esta que eu mostrei aqui :)
    Minha amiga como fazem bem os momentos que aqui passamos!
    Beijos
    Maria Paula

    Se vier para o Norte, avise! Terá cicerone à disposição :)

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  7. Luís
    Obrigada pelo comentário.
    Sabe, não tenho um tema preferido para fotografar.Quando determinada coisa atrai a minha atenção, tento a fotografia. Daí ter álbuns, que vão desde muros,a candeeiros, arte sacra,etc. Só não fotografo pessoas.Sei que na maior parte das vezes a miséria humana, as tragédias,os cataclismos, dão grandes fotos, mas eu questiono-as sempre. É certo, que felizmente, não tenho oportunidade de fazer este tipo de fotografia, mas creio que se tal acontecesse teria muito pudor em registar o sofrimento, o humano principalmente.
    Bom fim de semana
    Maria Paula

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  8. Olá Maria Paula,
    Também gostei muito da casa que tão bem fotografou. Adorei sobretudo os azulejos Arte Nova e o belíssimo portão em ferro forjado.
    Quanto a casas de sonho, acho q já ultrapassei um bocado essa fase, até porq gosto da casa onde vivo, embora simples e despretenciosa. É em estilo rústico, feita há 30 anos e tem muito terreno a toda a volta, com animais e tudo. Quando para cá viemos, estavamos quase a acampar dentro de casa, mas aos poucos fomos acabando, depois fomos sempre acrescentando e fazendo melhorias e agora acho q tenho uma casa mais do q à minha medida (sou pequenita)e sinto-me perfeitamente bem dentro dela. Há só um senão: devia estar localizada em Coimbra, perto da minha filha e de amigos q lá temos, mas estou a meia hora da cidade...
    Um dia, quem sabe, talvez nos encontremos todos por aqui...
    Beijos
    Maria A.

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  9. Ao reler o comentário vi q tinha um erro ortográfico em "despretensiosa" e detesto dar erros ortográficos, peço desculpa, se calhar ninguém ia reparar, mas é uma mania como outra qualquer, ou talvez deformação profissional...

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  10. Caro Manel
    Tem razão, a casa é um tanto austera e simétrica mas, a área envolvente, bastante arborizada (as japoneiras imperam), disfarça um bocadinho. Eu, talvez porque a olhe todos os dias, gosto muito dela.No entanto, a minha casa de eleição e coração, será a tal de cancelas vermelhas, em perfeita harmonia com os bagos de café :)

    A sua ideia de casa ideal é sem dúvida muito bela. O jardim com rosas antigas,encantou-me.
    Tenho algumas, na minha casa, e, o seu perfume, nada tem a ver com as das roseiras de estufa...
    Um bom fim de semana
    Maria Paula

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  11. Olá Maria Andrade
    O portão desta casa, foi precisamente, o primeiro pormenor que atraiu a minha atenção, depois, comecei a olhá-la melhor,fui descobrindo os restantes pormenores.Comecei a apreciar estas casas, em contraponto, com a grande moda que houve no Minho de se construírem as casas minimalistas, sem telhado,penso que influências de Siza Vieira. Não questionando o valor do senhor(quem sou eu) não gosto.Entendo que as casas, especialmente as familiares, devem estar o mais enquadradas possíveis, dentro da arquitectura e paisagem local.Sei que isto pode ser utópico, mas também não sou purista. Alguma inovação terá que haver, mas...banir por completo,o modo de construir e materiais é que eu não consigo concordar. Agora, a moda, são as casas familiares tipo, Casa da Música...
    Devo esclarecer, que a minha casa, de que gosto muito, tem telhado de telha tradicional, e nada tem de minimalista :). Também foi recheada, cadeira a cadeira, mesinha a mesinha.Agora, ainda não está cheia como um ovo, mas para lá caminha:)
    Beijos para si e muito obrigada pelo comentário
    Maria Paula

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  12. Fotografar casas e da maneira como a Maria Paula o faz é também fotografar pessoas, gente que viveu há muito, ou então uma mentalidade, gente que detesta o património e que deixa sítios tão bonitos cairem aos poucos

    LuisY

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