segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Escher e lustres

Porquê Escher e lustres, juntos num post?
Porque, para além de serem duas "coisas"de que eu gosto,e de andar a pensar fazer um post sobre cada um deles,recordei-me que gravuras de Escher e lustres, coabitam em perfeita harmonia, no Museu Escher  em Haia,  que eu tive  o privilégio de poder visitar.
Mas comecemos por Escher.
Não sei quando, nem como o descobri!
Sei, que foi já em idade adulta e com a gravura que mostro em baixo, mas numa época em que a informação não estava ainda à mão de semear, ou como se diz agora, à distância de um clique. Prefiro a primeira expressão!

Foi, portanto uma descoberta gradual, espaçada no tempo.
O certo, é que, cada gravura sua que eu ia conhecendo, mais me fazia pasmar com o trabalho daquele excelentíssimo desconhecido para mim. Cheguei até, a recortar e guardar, imagens de uma revista, que publicou algumas das suas gravuras:).Hoje, sei mais sobre este excepcional artista gráfico: a sua vida, opções académicas,influências técnicas, mas não o suficiente, para dissertar sobre o seu trabalho, por isso, caros amigos, remeto-vos para  o mundo da internet, onde felizmente há muita informação. Deixo esta, que é muito completa.

 Vamos agora aos lustres :)
Desde sempre atraíram a minha atenção.Em criança, era o movimento dos pingentes, a luz reflectida,os braços recurvados, as tulipas,os  dourados e prateados que atraíam a minha atenção.Como jovem adulta, achava-os démodé, mas, nunca lhes perdi o  rasto...
Hoje, sou uma confessa apreciadora de lustres.Tão apreciadora, que não perco uma oportunidade de os fotografar.
Mostro de seguida alguns, fotografados por mim. 
Estas duas primeiras fotografias, tiradas em Loyola, na sua basílica,a Basílica de Santo Inácio de Loyola mostram o mesmo lustre, visto de diferentes  perspectivas. Gosto mais da primeira, que revela todo o esplendor da sua cúpula.



O terceiro e quarto lustre são  mais mundanos! Ambos,estão no Hall de dois museus ingleses.
Este, em Bath, no museu que alberga as termas romanas...

 e este que pertence ao Victoria and Albert Museum, museu,que alberga uma fantástica colecção no campo das artes decorativas.

Voltando ao Escher, ou melhor ao Escher in het Paleis.
Numas belíssimas férias de verão, em que surgiu a oportunidade de ir a Haia, reservei de imediato, tempo para visitar o seu museu. Devo dizer, que senti a mesma emoção, que sinto quando visito espaços, ou vejo obras de arte de que sempre ouvir falar. Finalmente, ia ter oportunidade de ver grande parte da obra do artista que eu tardia e lentamente conheci.O êxtase foi total. Ali estavam à minha frente,autênticas, as gravuras, que sempre me deixaram a cogitar.Rivalizando na beleza e na diferença, os lustres mais excêntricos e bonitos que alguma vez vi!
Segundo li, são são quinze os lustres que povoam este museu e são da autoria de Hans van Benten, creio que de nacionalidade Holandesa.
A fotografia que se segue, não é da minha autoria. Encontrei-a na net e é pertença do Rodrigo Damazio, que eu não conheço, mas que agradeço desde já a partilha.


8 comentários:

  1. Cara Maria Paula,
    Quase tudo o que vi e li neste seu post foi novidade para mim e digo-lhe que gostei muito!
    As gravuras não me são totalmente estranhas, mas não tinha memorizado o nome do autor e não sabia nada dele. Graças a si, já fui visitar o museu Escher in Het Paleis e vi não só as gravuras mas também aqueles lustres tão belos e originais.
    Como deve calcular, o q me é muito familiar é o fantástico "chandelier" do grande hall do museu Victoria & Albert, que enquadrou tão bem nesta fotografia. Também o fotografei logo na primeira vez em q o vi, mas só mais recentemente me familiarizei com o nome do autor, o norte-americano Dave Chihuly, artista do vidro com trabalhos magníficos.
    Um abraço
    Maria Andrade

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  2. Que encantado fico por ter escrito este post fazendo assim jus a um autor que admiro profundamente e a objectos que nunca deixaram de me pasmar pela beleza e pela imaginação de quem os produz; tudo conjugado, claro, pelo seu intimismo sensível com que capta a fotografia.
    Ainda que os lustres estejam preparados para grandes espaços, reflitam um mundo de ostentação e grandeza, nas suas fotografias ficam reduzidos a uma dimensão mais humana, que se podem admirar sem se ficar esmagado.
    Nos finais dos anos 60 conheci em simultâneo a obra de Maurits Cornelis Escher e li, pela primeira vez, "O Senhor dos Anéis" de John Tolkien assim como as "Crónicas de Nárnia" de C. S. Lewis, grande amigo do anterior.
    A obra de Escher ficou assim indissoluvelmente ligado a Tolkien e tenho grande dificuldade em separar ambos, autores de mundos onde me refugiei bastas vezes ao longo da minha vida, como aqueles portos de abrigo que nos oferecem refúgio quando fora deles tudo é tempestade e fúria!
    Muito agradecido fico por ter escrito este post, pois estou no meio de uma tempestade e estava a precisar de porto de abrigo
    Manel

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  3. Olá Maria Andrade
    O trabalho de Escher, não tem o estatuto das grande obras de arte,nem ele o estatuto de génio e na minha modesta opinião deveriam ter. Pensar nas técnicas de extrema minúcia, que ele usou,na produção dos seus fantásticos trabalhos,como forma de representação das suas ideias,basta-me, para o encarar como génio. Mas paixões minhas à parte, fico satisfeita que tenha gostado deste post.
    Quanto ao "chandelier" do museu Vitoria e Albert, já desconfiava que a Maria Andrade o identificaria :). Desconhecia o nome do seu autor. Irei pesquisar sobre ele.
    UM abraço para si
    Maria Paula

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  4. Manel
    Folgo que tenha gostado deste meus post, que o fizeram evocar Jonh Tolkien e do autor das "Crónicas de Nárnia".Do primeiro, li o "Senhor dos Anéis",pelas mãos dos meus filhos. Quanto à série "Crónicas de Nárnia", conheci-as, menina já grandinha,sendo também eu transportada, para todo aquele mundo mágico.
    Espero que a tempestade passe depressa.Quando menos se espera, tudo se suaviza,e o que nos parece tenebroso hoje, amanhã, já não o é assim tanto.
    Um abraço e uma boa semana
    Maria Paula

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  5. A Maria Paula é de facto uma boa fotógrafa. O primeiro instantâneo do lustre da Basílica de Sto Inácio de Loyola é de cortar a respiração.

    Apreciei a ligação entre lustres e Escher porque ambos jogam com a perspectiva e as ilusões criadas pela geometria. Nos primeiros, os pingentes inferiores são sempre maiores que os superiores, para criar a ilusão de que o lustre é mais comprido e o tecto mais alto. Mas, o desenvolvimento desse campo das ilusões de óptica deixo-o ao Manel, que além de arquitecto é professor de geometria.

    Sabe, tomei pela primeira vez conhecimento da obra do Escher, no Liceu D. Pedro V, em 1975 ou 1976, aos doze anos, com um daqueles professores que sabem marcar os alunos para sempre(o que só mostra a importância dos professores na formação dos jovens). Fez uma projecção de slides de várias obras de arte, julgo eu que para ilustrar a perspectiva. Um desses slides era uma obra de Escher, que ele colocava à discussão dos alunos, perguntando se a perspectiva ali mostrada era real ou não. Claro, que não houve concordância e ele próprio citou uma discussão, que assistiu ao vivo numa exposição do Escher, algures no estrangeiro, entre um pai e um filho. O primeiro dizia que aquela perspectiva era irreal e o segundo afirmava que era possível. A conversa acabou com o pai a pregar com um estalo ao filho em plena exposição.

    Este episódio mostra bem o fascínio, que a obra de Escher exerce, que nos faz sempre interrogar onde termina a realidade e começa a ilusão

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  6. Maria Paula cheguei por último...
    O que acrescentar...
    Tanto já foi dito e bem.
    Magnífico.
    Excelentes fotos e histórias associadas de lustres.
    Muito bom
    Beijos
    Isabel

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  7. Cara Isabel
    Muito obrigada pela presença.
    Mesmo que não acrescente nada, porque muito já poderá ter sido dito,é sempre bem vinda.
    Beijos
    Maria Paula

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  8. Muito obrigada, Luís pelo elogio às minhas fotografias, fico muito sensibilizada.

    Quanto ao Escher,considero-o realmente fenomenal.
    Para além da genialidade da técnica manual,o facto de as imagens irem mudando,de acordo com a perspectiva deixam-me assombrada.
    A obra dele presta-se a ser trabalhada de muitas maneiras.No meu jardim-de-infância,no canto da sala a que pomposamente chamamos "biblioteca",tenho sempre à disposição das crianças, livros e gravuras de pinturas e de outras obras de arte e não imagina como as gravuras do Escher são alvo da curiosidade das crianças...
    Abraços
    Maria Paula

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