Quantas coisas não andam esquecidas pelas nossas casas!
Quando vi o post do Fábio, em que ele nos mostrava um bocadinho da sua numerosa colecção de bules,lembrei-me da minha meia dúzia de bules e disse-lhe que os havia de mostrar aqui.
O tempo foi passando, eu ia-me lembrando que deveria fazer um post sobre o tema, mas, confesso, que uma certa preguiça em fotografar, foi adiando a intenção.
Quando há dois dias vi o pequeno bule que o Luís aqui mostra, lembrei-me de que tenho um igual que está, num carrinho de chá ( velharia também, como não podia deixar de ser ),na minha cozinha, no meio de uma confusão de leiteiras e chávenas.Lembrei-me deste e de outro,muito bonito e mais antigo, talvez, o mais interessante de todos eles.
Cá estão os três primeiros.
O primeiro, o da risca azul, tem a marca imperceptível. Comparando com outro da minha cunhada, penso que poderá ser de Sacavém.
Os dois que se seguem são de Massarelos, e as marcas são muito idênticas. Dentro da sua singeleza, acho o das pintinhas irresistível.
É esta a marca de que falo e que segundo o Dicionário Marcas de Faiança e porcelana Portuguesas, situa o fabrico destes bules no início do século XX.
Dos três que se seguem e por uma questão afectiva, destaco o primeiro, o das florinhas azuis.É de fabrico inglês, da Adams, faz parte do meu serviço de café e foi-me oferecido pelo meu irmão, quando casei. Os seguintes são do Candal (o azul) e Sacavém.
Cá está o bule igual ao da filha do Luís. Iguais, mas de épocas diferentes.
No dicionário que refiro num dos parágrafos anteriores, não consigo encontrar uma marca exactamente igual a esta; a mais parecida, refere o período de fabrico como sendo entre 1910/17.
E por fim o mais antigo. Não tem marca, só as marcas do tempo e acho-o muito bonito. Nem me atrevo a especular sobre a sua origem !!Mas gostaria de ouvir algumas opiniões :)
Comprei-o num site de leilões, e o vendedor referia o século XIX ,como sendo a data de fabrico.
Quando o recebi, fiquei admirada como tamanho. Muito mais pequeno do que qualquer bule, mas também muito maior do que este da Vista Alegre.
Também me questiono, para que serviria este bule. Talvez, como sugere a Maria Andrade, fosse usado para servir doses individuais de chá! Quem sabe! Têm um mérito, as peças não marcadas. Estimulam a imaginação, divagamos, pesquisamos e quantas vezes, desta forma, partimos de descoberta em descoberta, aliviamos os aborrecimentos do dia a dia, ....bem :) bom fim de semana a todos.
Olá,
ResponderEliminarAdorei o post! E você guardou o mais encantador para o final de impacto, heim?
abraços
Caro Fábio
ResponderEliminarObrigada pela visita.
É verdade, guardei o mais bonito para o fim:)
É quase, como acabar com um rebuçado :)
Um abraço e boa semana
Maria Paula
Cara Maria Paula,
ResponderEliminarGostei muito de ver os seus bules assim distribuídos por dois harmoniosos conjuntos mediante afinidades de forma e ainda mais os dois extra.
Quanto à marca q tem o seu bule Vista Alegre de pequenas dimensões, é o q nas feiras se chama marca "cegonha", embora na realidade seja uma ema, marca q a VA recuperou recentemente para certas linhas de fabrico. A marca do seu bule faz parte de um grupo de três com essa ema ou "cegonha", entre outras q se usaram no período q vai de 1881 a 1921. No meu livro sobre a Vista Alegre da Ilda Arez, essa é a marca nº25.
Quanto ao bule de faiança popular, parece uma peça de brinquedo ou, quem sabe, saído dumas mãos infantis, tal é o ar ingénuo q transpira de todo ele.
É uma peça invejável para os amantes de faiança rústica e antiga... como nós.
Abraços
Olá Maria Paula
ResponderEliminarPerdi o extenso comentário...
Parabéns, tem uma pequena colecção de bules muito interessante.
Adorei o das pintinhas, o meu preferido. Tenho algumas peças de pintinhas em azul, e dois pratos com elas em laranja penduradas na parede da cozinha velha da casa rural.
Uma amiga este ano ofereceu-me um igual ao seu de estampa do cavalinho de Sacavém em preto com açucareiro e leiteira, tinham sido pertença da sua mãe, entretanto falecida.
Incrível como tem um bule pequeno igual ao da filha Carminho do Luís. Adorei a coincidência, não é qualquer pessoa que adquiria um, sem tampa, ainda por cima de tamanho mais reduzido, é muito à frente...sabia!
Bom gosto o do seu irmão. Florzinhas em azul, delicadas.
Fechou com chave d'oiro o post com um pequeno bule em faiança. Também o namorei no site...
Era habitual fazerem-se nas olarias reproduções de peças em miniatura para brincar? tenho um penico minúsculo de Coimbra.
Também um nadita maiores para decoração ou mesmo um conjunto tête a tête para dois, romântico...
Atendendo ao perfil da asa, elegante,tudo se assemelha a bules reproduzidos pela VA, não lhe parece?
Sendo a fábrica em Ilhavo tão perto de Aveiro onde haviam tantas fábricas, natural a peça ali ter sido fabricada, até as riscas uma constante nessa loiça.
Beijos
Isabel
Para não variar fiquei encantado com a sua fotografia dos 3 bules, onde capta também o seu reflexo na superfície ... ficaram 6 bules!
ResponderEliminarAbsolutamente encantadora esta foto!
A minha preferência vai para o primeiro, com a faixa azul celeste e uma forma que me faz lembrar um que existia em casa da minha avó.
Mas o seu bule de remate também me fascina pelas formas e, sobretudo, pelo uso da cor (utiliza-se aqui uma paleta de cores complementares, que, sabe-se, se harmonizam de forma bastante agradável à vista), mas não faço nem ideia de quem o terá produzido.
E, sendo o bule de formato redondo, as linhas verticais dão ideia que é gomado - uma belíssima ilusão de óptica assaz conhecida!
Os meus parabéns pelo conjunto e, sobretudo, pela sua terceira fotografia.
Uma boa semana de trabalho
Manel
Maria Paula
ResponderEliminarGostei dos seus bules.
De facto o primeiro bule, aquele com uma lista azul clara é mesma da Fábrica de Sacávem. Vi um igual, só que em cor-de-vinho num dos catálogos do Museu “As primeiras peças da produção da Fábrica Loiça de Sacavém. – Museu de Cerâmica de Sacavém, 2003, p. 104 a 105. Infelizmente o referido catálogo não dá qualquer informação sobre as datas de produção desse serviço. Depreende-se que será do século XIX, mas…
Achei piada ver o seu pequeno bule igual ao da minha filha Carminho, só que de um período um pouco mais recente. O que só mostra mais uma vez o tal conservadorismo da Vista Alegre.
O último bule, mais popular, com a superfície cheia de “craquelé” é uma graça, mas claro que não arrisco nenhuma atribuição
Abraços
Luís
Cara Maria Andrade
ResponderEliminarDemorei-me na resposta, o trabalho não me larga :)
Estes bules,são muito simples e como tal, ficam a ganhar estando dispostos em grupo.Não têm lugar certo,mudo-os de sitio conforme vou arranjando novas peças, ou, por qualquer outra razão.
Quanto ao pequeno bule de faiança, parece-me muito grande, para uma peça infantil. Mede 18cm da asa ao bico e inclino-me mais para a hipótese das doses individuais de chá.
Seria interessante, se algum dia, pudéssemos ver, até que ponto a especulação que vamos tecendo sobre as origens e funções de algumas das nossas queridas velharias estariam certas :)
Beijos
Maria Paula
É verdade, Maria Isabel, mais uma afinidade nos nossos gostos. Gosto muito de pintinhas. Até na roupa, calcule! Agora, já evito usá-las, são demasiado juvenis para mim,mas de vez em quando,não resisto e lá ando com qualquer coisa às bolinhas :)Este ano comprei um guarda-chuva com pequenas pintas em dois tons de castanho :) Lindo!Como sempre durou menos de um mês. Perdi-o :(
ResponderEliminarDepois de ler o que escreveu, sobre as olarias, fazerem pequenas peças para brincar, lembrei-me que, antigamente,nas feiras se vendiam as tais miniaturas de que fala.Até, tive algumas em criança.Mas este bule, é bem maior do que qualquer miniatura. Mede 18 cm do bico à asa e tem de altura 12cm...
Tem razão,tanto a forma da asa, como a decoração gomada deste bule, fazem lembrar a Vista Alegre,mas quanto a mim, não passará disso mesmo. Mas...quem sabe?
Beijos
Maria Paula
Caro Manel
ResponderEliminarSabe que aqueles três bules ,fotografados sobre uma mesa, ficavam sem piada nenhuma? Como diria a minha avó, sem sainete! Lembrei-me de usar a mesa da copa (já não é a primeira vez)e resultou.A imagem reflectida no vidro,esbate a simplicidade dos bules e melhora a fotografia.
Vi confirmada esta minha ideia, com o seu elogioso comentário a esta foto e que desde já agradeço.
O último bule,com a sua decoração ingénua e as cores usadas, ainda me faz lembrar uma das minhas tampas de terrina.
Um abraço para si e obrigada pela sua presença.
Maria Paula
Caro Luís
ResponderEliminarSó uma diferença, entre a asa do meu bule (o da faixa azul celeste) e o da minha cunhada, não me davam a certeza de o primeiro ser da fábrica de Sacavém. Agora com a sua achega, está esclarecida a questão.
Só me falta arranjar-lhe tampa:), a este e ao pequenino igual ao da sua filha.
Um abraço
Maria Paula