Pensei nas belas chaminés rendilhadas, nos ninhos de cegonhas, batentes, portas, enfim ia entusiasmada com a possibilidade de ter novos e variados temas para fotografar.O que eu nunca pensei, foi, encontrar tantos e tão variados adornos, no topo das antigas casas, algumas delas, infelizmente, muito degradadas.
As primeiras pinhas que vi, e que mostro a seguir, estão no topo de um hotel, cujo edifício foi recuperado, mas sem grande charme; salvam-no, o friso de azulejos e as pinhas, que de imediato me fizeram recordar a que o Luís nos mostrou neste post do seu blog.
Outra pinha do mesmo edifício
A localização desta pinha (numa varanda e mão num terraço), faz-me desconfiar, que estas peça, não serão originárias deste edifício.
As fotografias que se seguem foram tiradas em Loulé, cidade mais interessante do que Faro, mais típica, mais cuidada. A primeira, é uma panorâmica de um edifício no centro da cidade,ornamentado com duas taças e um busto, que acho lindo e diferente do habitual.
Dois pormenores do busto.
Se ampliarmos as imagens, consegue-se perceber, o que me parece ser um turbante de frutos.Nesta fotografia, pode-se ainda ver as balaustradas, elemento praticamente comum a todos os edifícios que fotografei.Uma a taça do mesmo edifício, com relevos vegetalistas, que me parecem folhas de videira e cachos de uvas.
Ainda em Loulé, uma estatueta, num outro edifício, não muito distante do primeiro.
Rumando para Vila Real de Santo António,mas sem antes passar por Tavira, tive oportunidade de fotografar mais este adorno, com uns pormenores fantásticos.
Já em Vila Real de Santo António, que está transformada numa grande feira, dei de caras com esta estatueta. A casa que a alberga, está bem conservada, forrada a azulejos muito bonitos e com um ferro forjado muito interessante.
Muito ficou por fotografar, com bastante pena minha, até porque, estou convencida, que algumas das casas que vi, e fotografei, não demorarão a desaparecer.
Aqui em Braga, este tipo de adorno não é vulgar, e as poucas que consigo ver são em granito. Prometo,fotografar algumas e mostrá-las aqui. É bem verdade que santos de casa não fazem milagres...
Aqui em Braga, este tipo de adorno não é vulgar, e as poucas que consigo ver são em granito. Prometo,fotografar algumas e mostrá-las aqui. É bem verdade que santos de casa não fazem milagres...
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ResponderEliminarExcelentes fotografias como de costume. A Pinha mostrada poderá ser muito bem de Sto António de Vale da Piedade, tal como aquela que mostrei no referido post e que se encontra no Museu do Açude, no Rio de Janeiro.
ResponderEliminarGostei também imenso das estatuetas, particularmente do Busto com um ar muito neo-clássico. É uma pena estarem demasiado altas para se puder ver eventuais marcas. Eu associo sempre as estauetas à Fábrica das Devezas no Norte, mas de certeza que houve muito mais fabricantes. O nosso colega de blog Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém já me garantiu que Sacavém fabricou Pinhas, pois estas surgem ainda num catálogo de 1950, e é provável que tenha também executado executado estatuetas e urnas.
Estas belas peças vão guardar o seu mistério por mais algum tempo
Abraços
Reparei que a última estatueta tem um peixe na mão. Poderá ser uma alegoria à pesca. Era muito vulgar fazerem estatuetas representando as ciências, as artes ou a agricultura.
ResponderEliminarEm Vila Real de Sto. António é bem possível que algum rico burguês encomendasse uma estátua para a sua casa com a actividade que o enriqueceu, isto é, a pesca.
Olá Luís
ResponderEliminarObrigada pelo comentário.
Sabe que estive tentada a entrar no hotel, para pedir que me deixassem subir ao terraço, para verificar se havia alguma inscrição na pinha sobre a fábrica? Mas entretanto reparei, que as pinhas não estavam num terraço, mas sim em varandas, muito provavelmente de quartos e daí nem pensar em semelhante pedido.
Aliás a colocação destas pinhas nas varandas, fundamenta a minha primeira impressão, que estas peças não serão originárias deste edifício. Vou colocar nova foto, para se perceber melhor o que quero dizer.
Também associo estas pinhas a fabrico nortenho, mas, durante a minha estadia no Algarve, comecei a questionar esta sua origem, pois, estes tipos de adornos são tantos e tão variados, nesta região, que sugerem um ponto de fabrico mais próximo.
Concordo em absoluto consigo sobre a estatueta de Vila Real de Santo António; esta casa, tinha no outro estremo, uma estatueta masculina, também ela com um peixe na mão, não a fotografia já nem sei porquê...
Um abraço para si
Maria Paula
Olá Maria Paula,
ResponderEliminarA qualidade das suas fotografias já não me devia surpreender, mas mesmo assim, como sei por experiência própria como é difícil fotografar a esta distância, tendo q fazer bastante zoom, fico espantada com a nitidez q consegue. É certo q estes prédios devem ser só de dois andares, os q tenho fotografado, no Porto por exemplo,são de três ou quatro, e as condições de luz também são diferentes, mas não haja dúvida q há aqui muito mérito da fotógrafa.
Ainda bem q assim se vai fazendo o levantamento fotográfico destes belos ornamentos arquitectónicos.
Achei interessante o pormenor da figura alegórica com o peixe na mão, logo muito bem interpretada pelo Luís, como é seu hábito...
Um bom trabalho,sem dúvida, Maria Paula!
Abraços
Olá Maria Paula
ResponderEliminarGrande viagem do extremo norte ao extremo de Vila Real de Santo António.
Estive lá em Agosto do ano passado, num dia muito tórrido, tola quis fazer a travessia até à outra margem,chegada, o chinelo rebentou na tira do dedo, hora de sesta, tudo fechado, vim de volta desalento total, melhor tivesse ficado em Vila Real e aproveitado para tirar boas fotos...
Não tiro mais fotos porque o meu marido irrita-se, não é apreciador como eu da fotografia e não valoriza pormenores que a nós nos chamam a atenção.Outras vezes esqueço-me de levar a máquina. Também é verdade que espero no próximo aniversário receber uma bem melhor.
Parabéns pelas fotos são magníficas como há muito nos habituou.
Sabe que este tipo de ornamentação é característico a partir do centro do país com maior predominância até ao sul. As causas; o dinheiro que proporcionava aos donos das casas mostra-lo na exuberância do exterior, agora imagine-se o interior e ao tempo, que sendo menos chuvoso, proporciona outro tipo de telhado mais baixo escondido pelos balaústres enfeitados aqui e ali por urnas, pinhas, estatuetas e vasos.Nas imediações da grande Lisboa, seja em Vila Franca de Xira, Alhandra,Paço d'Arcos,Montijo, Moita, Setúbal...
Ainda persistem muitas casas assim nas zonas históricas, a maioria em ruína.
Beijos
Isabel
Refere aqui a parte do Algarve à qual estou mais ligado, e para onde fui sempre que naquela província me perdi (confesso que a tenho evitado de uma forma que ela não merece).
ResponderEliminarAcontece que, para mim, praia não me diz absolutamente nada, e troco-a por qualquer destino de montanha!
Quando numa praia, vou à água (que considero sempre intoleravelmente fria, habituado que sempre estive às águas mornas do Índico) e depois ... é uma desgraça ... nunca sei o que mais fazer ali, estendido num areal sem qualquer sentido, sinto a irritação crescer, a areia que me invade, os outros e o seu barulho, os rádios de praia, os jogos de futebol e afins, que me incomodam, o não conseguir ler face à inclemência do sol, o qual, não satisfeito por quase me cegar, me queima de forma absolutamente inútil e incontrolável, apesar de usar protecções cada vez mais altas ... se alguém me quiser muito mal ponha-me numa praia e verá a minha infelicidade crescer a um ritmo exponencial! Um inferno!
E eu nasci numa ilha, cresci com as mais belas e inóspitas praias ao meu redor, mas hoje só por engano me apanham lá!
No entanto seria injusto da minha parte não referir alguns dos locais que mais prazer me deram no passado, como Vila Real de Santo António, Praia verde, Fábrica, Cacela Velha e Tavira, pontos de eleição, onde passei sempre férias inesquecíveis.
De todo o resto do Algarve fujo como da peste, apesar dos sítios bem simpáticos no interior, como S. Brás de Alportel, onde também confesso ter passado férias bem agradáveis.
E, claro, a Maria Paula sabe, como pessoa de bom gosto e sensibilidade que é, que esta altura é a melhor para visita ou estada; o perfume dos citrinos, a explosão das flores que o calor precoce faz desabrochar em catadupa, a relativa tranquilidade que ainda se vive nos locais de veraneio ... enfim, o Algarve ainda é suportável nesta altura do ano, pois a partir de finais de Junho, até Setembro, é um local a esquecer que existe, infelizmente para os seus habitantes que, coitados, não podem fugir daquele inferno.
O interior do Algarve guarda no entanto tesouros a descobrir urgentemente!
Quanto às suas fotografias nada mais há a dizer que agradecer o ter partilhado conosco a sua sensibilidade e que continue, pois dá muito prazer a nostalgia que delas emana!
Um bom final de semana, que já se avizinha :)
Manel
Olá Maria Andrade
ResponderEliminarRealmente é muito difícil conseguirem-se boas fotografias, quando se utiliza o zoom, especialmente, quando se conjuga a qualidade média da máquina e o amadorismo do fotógrafo, que é o meu caso. Aqui, só mostro as melhores :), para trás, ficam muitas completamente desfocadas.
Um beijo para si, sem antes lhe agradecer as simpáticas palavras
Maria Paula
Olá Maria Isabel
ResponderEliminarFoi, de facto, um grande passeio e já há alguns anos que não ia até ao Algarve. Mal os filhos começaram a aguentar e apreciar viagens mais longas, rumamos a outros destinos.Dos três filhos, dois, são uns apaixonados por viagens, o outro não liga nada...e tenho pena que seja assim.
Por vezes, quando me encontro em frente a estas casas, que já foram ricas e cheias de vida, dou comigo a imaginar os seus interiores...
mas depois, lembro-me de um ditado, com que o meu pai remata sempre os meus comentários sobre este tipo de casas,"Grande nau, grande tormenta" e aí volto à realidade.:)
Beijinhos e bom fim de semana
Maria Paula
Manel
ResponderEliminarFez-me sorrir a bom sorrir, com a descrição da praia dos seus pesadelos :)
Embora não seja tão intolerante com a praia quanto o Manel, nem sabe como o compreendo!
Também eu, habituada às águas mornas do outro lado do Atlântico e a praias semi-selvagens,
estranhei as daqui, com filas de barracas a perder de vista, as irritantes nortadas e tudo o resto que o Manel tão bem descreve. Não pude deixar de sorrir, porque é mesmo assim :)
Mas, apesar de tudo, gosto de praia, do mar, não do mansinho, mas do batido, que obriga a correr para a onda, a saltar ou a mergulhar, para não ser enrolada. Cresci nisto...a praia estava a 90km do meu "mato" mas, esta distância em África, conforme sabe, é pouca.
No seu comentário refere duas coisas, que retiveram a minha atenção. A Praia Verde, que só agora conheci, e o perfume das laranjeiras do qual já não me lembrava (apesar de ter uma raquítica laranjeira) e cujo intenso aroma não consegui identificar de imediato. Era já noite, e, não sei porquê, associava aquele cheiro ao jasmim :)
Quanto ao Algarve litoral, tolera-se sim, mas na época morta. Em pleno verão, é tentar outras alternativas, que poderão em alguns casos e proporcionalmente a uma série de factores, ficar mais em conta.
Obrigada pelas suas simpáticas palavras e bom fim-de-semana.
Maria Paula
Muito bonito, adoro esses adornos de fachada que hoje passam tão despercebidos a quem anda tão apressadamente pelas ruas. Eu ando sempre ligado neles e sempre que posso fotografo. Esses são lindos uma faiança brilhante uma arte portuguesa fantástica. Encontrei em um hospital aqui de Salvador uma alegoria à caridade, uma estatueta da fábrica Santo Antonio Devezas muito bonita, mas já com repinturas medonhas. Mas a qualidade da escultura é incrível.
ResponderEliminarAbraços.