Nos últimos dias do passado verão comprei este bule e este prato quase de uma assentada :). Comprei-os em casas diferentes, mas na mesma rua, uma rua estreitinha, muito característica, onde prevalece o comércio tradicional, que eu cada vez mais aprecio.
A casa, é uma boa casa de autênticas velharias, suficientemente grande e bem abastecida para eu me deixar ficar por lá esquecida, a mirar e a mexericar. Neste caso acrescentarei o tagarelar, pois, o dono da loja para além da simpatia, era um bom conversador.
O bule, que apresenta a mesma decoração dos dois lados, está, como se pode ver, muito estragado mas não lhe resisti aos encantos. Não tem tampa e a asa está no estado que se vê. Comprei-o por tuta e meia e vim de lá toda realizada:)
Na fotografia abaixo mostro um pormenor da decoração do bule, pois sei, que para os entendidos pode ser uma pista, que ajude a chegar à sua origem, sabendo de antemão o quanto é difícil fazê-lo, quando não há marcas.
Seguindo a sugestão da Maria Isabel, mostro o fundo do bule, pois este pormenor, poderá será mais um elemento a ajudar os entendidos no estudo ou identificação de peças.
Não arrisco muitos palpites sobre o bule. Provavelmente será do Norte, já que o comprou aí. Também nos meados ou finais do XIX, época de que me parece ser datado o seu bule, as fábricas nortenhas eram mais aguerridas e numerosas que as fábricas da região de Coimbra e tinham um certo monopólio a Norte do Douro.
ResponderEliminarMas seja lá como for adorei o seu bule, com uma decoração muito ingénua e simples. Eu também perderia a cabeça por ele e teria que lutar com o Manel para o comprar primeiro.
Abraços
Caro Luís
EliminarA jarra,que nos mostra aqui http://velhariasdoluis.blogspot.pt/2012/01/jarra-de-faianca-de-fabrico-do-norte.html) , ou melhor o seu pé, fez-me lembrar o meu bule que, para além de ser também ligeiramente em balaústre,tem riscas azuis pintadas na base, muito semelhantes às da sua jarra.
Provavelmente será mesmo de fabrico nortenho.Fascina-me a divagação que estas peças não marcadas oferecem e embora haja divagações e divagações as minhas, neste campo, não têm fundamento nenhum:), mesmo assim não resisto, em ir dando conta delas :)
Abraços
Que eu lutaria com o Luís para ficar com este bule, lutaria, ó se lutaria ... ele teria de ser muito lesto para mo levar de debaixo do meu nariz!
ResponderEliminarÉ um encanto, ainda que no estado em que se encontra! Nao escaparia!
Tal como o Luís, não faço nem ideia do local de produção, mas será provável que aí do norte, visto que o enconrou por aí.
Este tipo de louça nunca deixa de me surpreender pelas suas variantes e pela beleza espontânea de cada uma delas!
Boa Páscoa para si Maria Paula
Manel
Olá Manel :)
EliminarSei que não lutariam os dois pela posse do bule, mas acredito que já terão feito algumas condescendências, no género "leva tu", "não, não, não faço questão":) Acontece-me algumas vezes quando vou com a minha cunhada, também amante destas coisas.Temos o cuidado de não cobiçarmos peças que de antemão sabemos que poderá interessar à outra. Mas... já fizemos algumas condescendências, ai isso já!
São as variantes de que fala, que também me encantam nestas peças e que descobri aqui.
Uma boa Páscoa, também para si.
Um abraço
Olá Maria Paula. Parabéns pela aquisição.Eu também o compraria.( Neste momento estou à espera de orçamento para restauro de uma infusa que lhe falta a asa, se o preço for convidativo, dar-lhe-ei o endereço de e-mail para se quiser a contactar e restaurar o seu lindíssimo bule)
ResponderEliminarRevi o post do prato comprado nas férias na altura que também adquiriu este bule. Foi na Guarda. O prato não oferece dúvidas que se trata de faiança de Talavera de la Reina. O bule julgo que também não...ou Coimbra. Vejamos: Sobre a pintura, temos de analisar pormenores do pagode,tenho tantas peças de cantão popular e nenhuma é igual ou parecida; a cor do azul;o esmalte lácteo e, sobretudo o esponjado do bico em azul, fabuloso.
Sabe-se que em determinada altura veio um pintor de Talavera para Coimbra,como consequência a pintura passou a ser algo semelhante à origem,daí as dúvidas da eventualidade de fabrico de Coimbra que continuou no século XIX a pintar estes esponjados exuberantes tal como a cercadura de espinha, elegante e os filetes estreitos e largos pintados a cheio.
Curiosamente o pé do bule fez-me lembrar daquele pé de prato escorredor de copos que comprei, que deu tanto despique. Esqueci-me como se fazem as hiperligações,por isso não consegue aceder de imediato ao post que falo. Isto para dizer que o acho muito parecido com ele. Portanto, resta-me pedir desculpa ao Luís e ao Manel ao contrariá-los na sua apreciação da possibilidade do fabrico ser nortenho.
Para complementar melhor o post sugeria que colocasse outra foto com o frete do bule(fundo) para se analisar a forma de fabrico, quem sabe surjam mais pistas.A minha como vê é fabrico de Coimbra, sem desprimor pela faiança nortenha.Analisei pormenores. Poderei estar errada, claro.Só indagando, espremendo, se chega mais perto da verdade, sou ousada, isso já sabe.
BOA PÁSCOA PARA SI E FAMÍLIA
Beijos
Isabel
Maria Isabel! É capaz de não acreditar mas perdi a resposta por duas vezes!!!! :( :(
EliminarAgradeço-lhe desde já a informação que me irá dar sobre o restaurador. Aqui em Braga só conheço um, muito justamente bem conceituado, mas que tem uns preços proibitivos.Daí, que só tenha recorrido uma vez aos seus serviços :)
Quanto à origem do bule, será sempre difícil chegar-se a uma conclusão, mas se atendermos às semelhanças entre a sua base, o pé da jarra do Luís, e o da salva de aguardente que refere, talvez o meu bule seja mesmo "cá de cima".
Gostei de ler a informação sobre as influências do pintor de Talavera. Sabe que aqui há uns tempos,descobri na net uns pratos, muito idênticos ao seu a que atribui a origem de Talavera. As semelhanças são muitas sem dúvida.No fim do comentário, vou-lhe deixar a ligação para esse blog.
Já está tirada a foto ao fundo do bule, vou colocá-la agora.
Beijos e boa Páscoa para si e família.
http://elblogde-ma.blogspot.pt
Este blogue tem as etiquetas organizadas pelo número de posts sobre o mesmo assunto o que dificulta a pesquisa, mas a Maria Isabel procure na etiqueta cerâmica no número 4, que logo encontrará os pratos. Bjs
Aló Maria Paula.tá bonito o "aleijadinho".Perdeu a tampaa y a asa,mas ganhou carçater.Percebeu os desenhos em forma de folha acima dos telhados????Parabens e abraços.Carlos
ResponderEliminarlá Carlos!
EliminarÉ sempre um prazer vê-lo por cá. Pois... o meu bule, mesmo "aleijadinho", é uma peça cheia de charme:).Agora falando seriamente, estas peças, que sobrevivem a décadas e décadas de andanças de um lado para o outro, mesmo cheios de mazelas são um encanto e tornam-se irresistíveis.
Tem razão! AS chaminés das casas parecem folhas! Não tinha reparado nesse pormenor.
Um abraço
Olá Maria Paula,
ResponderEliminarGostei muito do seu bule azul e branco com o casario, e para nós, amantes de velharias, nem sequer tem muita relevância as peças não estarem completas, mas eu também lhe tentaria acrescentar a asa.
Não faço ideia de onde seja, mas realmente o pé com as duas riscas azuis faz lembrar a jarra de altar do Luís.
Também me lembra um que eu tenho, também azul e branco e com o mesmo tipo de pé e bico esponjado, mas o meu tem um motivo floral à volta do bojo.
Tenho que pensar em publicá-lo para se poder comparar.
Um abraço
Cara Maria Andrade
EliminarDei pela sua falta...
Tal como diz, para quem gosta de velharias, rachadelas, asas partidas ou outros percalços, não nos fazem recuar na compra. Depois é só estabelecer prioridades e ver o que vale a pena restaurar ou não. Como já disse na resposta que dei à Maria Isabel, aqui em Braga há um excelente restaurador, mas cobra sem dó nem piedade :)
Quando fiz este post, fui espreitar as suas jarras de altar que nos mostrou em janeiro e também encontro algumas parecenças, especialmente na forma de balaústre, que me parece, o meu bule também ter.
Fico à espera de ver o seu bule.
Ainda devo voltar aqui antes da Páscoa, mas se não o fizer aproveito para lhe desejar, a si e família, uma boa Páscoa.
Abraços
Cara Maria Paula,eu quis dizer que seu bule tem muito carater,só que acrescentei um Ç.Sei que sou um pouco obsessivo mas nao acho que sejam chaminés.Adoro esses misterios,tem que ter algum significado.
ResponderEliminarAbraços e uma boa Pascoa para si e todos os seus seguidores.Carlos
Carlos!
EliminarNem dei pelo lapso. O nosso cérebro consegui assimilar certos erros e não dá por eles :) Acontece-me também isso. Escrevo, escrevo, depois leio e leio e por vezes não deteto erros, que outros o fazem de imediato.
Quanto à chaminé, que diz não ser.... pessoa faz a sua interpretação :)são estas diferenças que tornam apetecíveis estas peças.
Obrigada e boa Páscoa também para o Carlos.