domingo, 18 de março de 2012

Prenúncios de primavera no meu jardim

Flores do jasmim - amarelo, que por não terem aroma, não concorrem com as espécies de flor branca, estas sim, de intenso odor, e por isso mesmo, indispensáveis na indústria da  perfumaria. O jasmim  sendo originário da China propagou-se por toda a  península Ibérica, pela mão dos povos árabes, quando, em tempos remotos, estes, a colonizaram. O poeta sírio Nizar Kabbani, na sua obra  magistral Mensaje de amor a España alude  às marcas deixadas  pela pela civilização árabe questionando num dos versos: "Acaso haveis ouvido falar de uma conquista que deixou atrás de si mil livros de poesia, mil alvercas de água e plantados mil pés de jasmim?"
O meu jasmim- amarelo que foi plantado junto ao estendal para o camuflar, volta e meia, mistura-se com a roupa estendida exigindo "um chega para lá" constante dos seus ramos. Confesso, que tive preguiça de apanhar a toalha que secava, não pensando na altura, que tal pormenor, poderia até, beneficiar a fotografia.

 Em baixo, um botão de sardinheira fotografado numa recente manhã de chuva miudinha.

Rebentos da minha pitangueira que foi tratada com mil cuidados ao longo de todo o inverno, não me tendo eu, ainda, atrevido a mudá-la do vaso para o jardim. No próximo outono farei isso. Até lá, já sei que a espreitarei quase diariamente, esperando que, tal como na última primavera, ela floresça. Quanto a ter pitangas :) já sei que tão cedo isso não acontecerá.

Esta última fotografia não estava prevista para este post , mas uma vez que veio a propósito, aqui fica  uma das três flores que a pitangueira deu o ano passado.

8 comentários:

  1. Olá Maria Paula. Fiquei maravilhada.
    Revela a cada post uma autenticidade e novidade na arte de fotografar que tem mesmo de se decidir por publicar um livro sobre fotografia. Entre em contacto com o pelouro da cultura da câmara, exponha o assunto. Todos os anos eles editam vários livros.Dê corda aos sapatos e vá. Tem muito potencial. O olho da sardinheira com o orvalho é soberbo!
    Quanto ao jasmim, devo dizer que julgo não conhecer a planta. Ou talvez. Isto é, ando há que tempos para roubar um bocadinho de um arbusto de ramos sem folhas erectos cheios de florzinhas nesta altura amarelas muito parecidas a esta que fotografou. Possivelmente será o mesmo, será?

    A sua pitangueira está invejável, tal o amor que lhe dedicou durante todo o inverno. Linda.

    Amei, simplesmente a doçura do post.

    Boa semana de trabalho
    Beijos
    Isabel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Maria Isabel
      Muito obrigada por acreditar que as minhas fotos têm mesmo possibilidades de serem publicadas.Quem sabe um dia, quando me sobrar tempo,me aventure. Até lá, continuarei,com as minhas experiências fotográficas :)

      Quanto ao jasmim deve conhecê-lo perfeitamente, pois são bastante vulgares nos nossos jardins.Na primavera e verão, o jasmim de flor branca enche o ar com um perfume muito intenso que é impossível confundi-los.Apesar de haver uma grande variedade deste tipo de trepadeira, O pormenor de que fala sobre ramos sem folhas,faz-me desconfiar de que o arbusto que refere, não seja um jasmim.
      Bjs e boa semana

      Eliminar
  2. A Maria Isabel tem razão. As fotografias são estupendas, muito elegantes e deveria fazer una pesquisa no google sobre concursos de fotografias e apresentar o seu trabalho a concurso.

    Beijos e parabéns

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Luís
      Emergindo de um monte de papeis, cá estou eu finalmente, para lhe agradecer o comentário. Seguindo a sua sugestão estou tentada a participar num concurso promovido por uma entidade de Famalicão que já não recordo qual, mas que facilmente descobrirei na net, cujo tema é a Paixão de Cristo.
      Beijos e boa semana

      Eliminar
  3. Estas suas experiências trazem-me à memória alguns períodos da minha vida, que tiveram início quando era um "teen" e se estenderam até à minha fase de adulto trintão; assim, inicialmente, e em conjunto com a minha irmã e cunhado, passávamos as plantas selvagens da serra a pente fino, e este último (na altura, um adepto ferrenho da fotografia, hoje, infelizmente, deixou-se disso ... passou a outros interesses, sei, mas foi pena) captava com lentes especiais (não me pergunte que lentes eram, que sou um leigo na matéria, mas eram lentes que ampliavam a imagem muitas vezes) e em película de slide, flores minúsculas, algumas dificilmente destrinçáveis a olho nú, e estas imagens eram projetadas durante sessões com amigos.
    Faziam sensação e deixava-os a todos boquiabertos com a beleza invísivel, só possível com o descodificador que se tornava a câmara fotográfica! Inclusive eu, que, apesar de as conhecer desde sempre, ficava fascinado com tamanha qualidade estética contida numa humilde e minúscula flor !
    Mais tarde, um outro amigo meu ligado ao campo da arte, e que ainda hoje continua a pintar e a expor, entusiasmado com estas experiências, de que eu lhe tinha falado, começou a fazer a fotografia utilizando a luz polarizada, o que aumentou o exotismo dessas mesmas imagens.
    Muito mais tarde, quando comecei nas minhas lides de "trekking", montanha acima montanha abaixo, encontrei amigos, novamente com ligações ao campo da arte, que levaram esta forma de arte ao exagero, estendendo a fotografia às próprias superfícies, ampliando-as muitas vezes até que elas perdessem o significado original, e passassem a arte digital abstrata!
    Por essa altura (hoje já os perdi de vista) os nossos jantares eram animados e "abrilhantados" :-) com estas imagens projetadas em fundo, ao som da música de Philip Glass e de Arvo Pärt, que, surpreendentemente, se coadunava à maravilha com elas!
    As coisas que as suas fotografias me conseguiram trazer à memória!
    Uma boa interrupção da Páscoa, que já se perfila no horizonte!
    Manel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Manel
      Ainda este fim de semana estive na serra da Gralheira e vim precisamente com a máquina carregada de fotografias das minúsculas flores que refere.Encanto-me com a singeleza destas miniaturas.Tanta beleza e perfeição em coisas tão pequenas sempre me fascinaram. Tempos houve,(quando ainda não havia preocupações ambientais), que as apanhava, secava-as, para depois as colar em pequenos pedaços de cartolina.Fazia isto pelo prazer de as sempre ter à mão :)
      Respondi-lhe ao som de Arvo Pärt,(Spiegel im spiegel) que, eu desconhecia por completo. Um bem haja por tudo.

      Eliminar
  4. Muito obrigada,pelo seu excelente trabalho;desse modo partilha seu conhecimento com todos nos que gostamos da matéria.
    Bjs da
    Luz

    ResponderEliminar
  5. Olá Luz
    Antes de mais seja muito bem vinda e muito obrigada pela maneira como classifica o meu trabalho. Concordo plenamente que a partilha de conhecimentos,sejam eles sobre que matéria forem,é estimulante e desafiador, levando-nos muitas vezes a surpreendermo-nos com capacidades que temos e desconhecíamos.
    Bjs

    ResponderEliminar