domingo, 2 de outubro de 2011

Prato em faiança

Gosto deste prato com um peru azul, pintado no centro. De todos os pratos rústicos que tenho, este, é do que mais gosto.

Do que vou observando, parece-me que este tema, não é frequente na decoração das nossas faianças, sendo mais vulgar nas faianças inglesas.
Apesar desta minha constatação e mesmo não estando  marcado, não duvido da sua origem portuguesa. O tipo de pasta é muito semelhante a outros que andam cá por casa incluindo o seu tom  amarelado. Talvez isto, não baste para concluir nada, mas é esta a minha convicção.


Se para representar a folhagem, não restam dúvidas, que foi utilizada o esponjado, já para o peru, não sei, qual foi o tipo de técnica usado. Parece-me uma técnica mista, em que sobre o esponjado, aplicaram um stencil, para melhor conseguirem os pormenores.

Este meu prato, para além de colado está gateado e, nenhum destes trabalhos está muito sólido.  A  propósito dos "gatos" e outros consertos que se faziam antigamente, descobri o blog, Past imperfect, the arte of inventive repair do Andrew Baseman  que coleciona objectos reparados com peças de metal e não podia deixar de partilhar convosco. Vejam. Tem uma coleção muito interessante e fora de vulgar.
A fotografia abaixo ainda é do meu prato :)

13 comentários:

  1. Ola Maria Paula!!

    Adoro perus!

    A seguir aos pavoes, são as aves que mais me fascinam pelo seu maravilhoso porte!

    Adorei o seu prato!!

    Bjinho

    Flávio

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  2. Olá,
    O prato é uma belezura.
    O Peru foi feito com 2 estanholas, a primeira para a camada de baixo, um grande recorte do contorno da ave, e a segunda estanhola para os detalhes.
    abraços!

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  3. Maria Paula, gosto imenso quer do seu prato quer do motivo - fantástico na sua ruralidade e singeleza.
    O Luís acha mesmo que as peças deveriam ser quebradas e posteriormente "gateadas".
    Eu desiquilibro-me entre várias opiniões, mas tendo a gostar do uso dos "gatos" e dou preferência a uma peça quando se apresenta com estes lindos apêndices!
    Também possuo um prato com o mesmo tipo de vidrado amarelado e um motivo semelhante a este seu, isto é, com um perú, e pintado com um método semelhante. Igualmente me parece português!
    Agora de onde .... bem, isso é outra história!
    Mas é um prato de alguma dimensão, o que possuo. Indicar-lhe-ia as dimensões, mas não o tenho junto de mim neste momento.
    Quero agradecer-lhe muito a divulgação e partilha do site das peças recuperadas com ajuda de metal.
    Chego à conclusão que gosto mais das peças intervencionadas que as originais!
    Muito obrigado
    Manel

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  4. Creio que este seu encantador Peru é naturalmente português. Sem cair em nacionalismos tolos, esta ingenuidade é muito portuguesa.

    Quem terá fabricado isto? Que oficina? Em que parte do País?

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  5. Olá Flávio
    Obrigada pelo seu comentário.
    Sem dúvida que os pavões são aves majestosas e as cores das suas penas, são fabulosas e por isso mesmo se prestam a decorações sumptuosas.

    Os perus, prestam-se a decorações mais singelas e rústicas, como é o caso deste meu prato.
    Apareça sempre
    Maria Paula

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  6. Olá Maria Paula,
    Sabe o que me agrada mais neste seu prato?
    É que me parece um prato infantil com este desenho tão ingénuo e simples em que o perú é a vedeta.
    Quem sabe se foi também isso que a atraiu mais nele?
    Também lhe agradeço o link daquele site com as imaginativas recuperações de peças partidas e que eu já me deliciei a visitar. Até o juntei aos meus favoritos.
    Bjs

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  7. Olá Fábio
    Obrigada pelo esclarecimento sobre a técnica usada para a representação do peru.Bem me queria parecer que este trabalho tinha sido feito em dois tempos diferentes.
    Abraços, para si.
    Maria Paula

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  8. Caro Manel
    Como logo disse no primeiro parágrafo deste post, gosto muito deste prato.
    O peru tem um ar ufano e decidido:) o que o torna muito simpático; os motivos vegetalistas, quanto a mim, são um pouco diferente do habitual, especialmente o da aba inferior. Talvez seja tudo isto, que torna este prato tão encantador. Este meu prato de sopa, é bem mais pequeno do que o seu, pois mede somente vinte centímetros e todos os restauros que sofreu, estão tão frágeis, que o trato com mil cuidados, estando por isto mesmo “plantado” no topo de um armário, numa sala da cave, que atualmente é pouco, ou nada frequentada.
    Também gosto das peças “gateadas”. Para além de tornar as peças ainda mais singulares, penso, que os “gatos” serão garantia de autenticidade. Estarei a ser ingénua?
    Em relação ao Past Imperfect.., fiquei maravilhada com a habilidade e capacidade inventiva , associadas a uma grande beleza e bom gosto que podemos ver nas diversas peças, que são mostradas. Não podia deixar de partilhar convosco, o meu achado.
    Um abraço e continuação de boa semana.

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  9. Caro Luís
    Este prato tão singelo, que muito provavelmente serviu em casas remediadas, (ou, se serviu em casa ricas, não terá passado da cozinha), tem a opinião unânime de todos quanto o veem, em como é encantador. Eu, claro, fico satisfeita :) até porque, como é hábito meu, em compras on-line, não o comprei de imediato. Namorei-o, e pela primeira vez, fiz uma contraproposta de compra (via e-mail), que para meu grande espanto foi aceite :) Sou uma péssima negociadora, não tenho o hábito de regatear, e, a primeira vez que me atrevi, tive sucesso:)Mas não mudei grandemente.
    Fico satisfeita, por também considerar que o meu prato é de fabrico português. Já somos vários com a mesma opinião,o que vai conferindo algumas certezas.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

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  10. Cara Maria Andrade
    Pode muito bem tratar-se de um prato infantil, quem sabe?! Qualquer criança comeria a papa mais rápido, para poder ver aparecer o simpático bicho:)
    Sabe que quanto mais olho para o “meu” peru, mais o acho com possibilidades de se transformar numa personagem de um conto infantil, entre o tolo e o vaidoso? :) Aos meus olhos, tem um ar decidido e convencido, e, estas “qualidades”, vão metê-lo em sarilhos, ai isso vão :) Acabou de me dar uma ideia. Vou imprimir uma imagem do prato, e, lá mais para o meio do ano letivo, vou pedir às crianças que inventem uma história. É um jogo que elas gostam muito. Se o chegar a concretizar, farei um post, com os resultados :)
    Abraços e uma boa semana para si

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  11. Bem, hoje não a largo com atribuições. Esse prato do Peru é sem dúvida de Alcobaça, talvez de Manuel da Bernarda. Mostrei recentemente no meu blog um deste simpáticos perus, que aparecem reproduzidos na obra de Jorge Pereira Sampaio e Luís Peres Pereira, intitulada Cem anos de louça Alcobaça, edição do autor de 2008

    http://velhariasdoluis.blogspot.pt/2014/07/duas-faiancas-de-alcobaca.html

    Bjos

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  12. :) Muito semelhantes, os perus, sem dúvida.Mas não só.
    Repare que a cancela e a planta que aparecem na segunda bacia do Manel também se podem ver no meu prato, mas neste, pintadas com pinceladas apressadas sem grande preocupação com a perfeição do trabalho. Por outro lado o tipo de esponjado do meu prato é igual ao da primeira bacia.Parentes sem dúvida.
    Beijos

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  13. Julgo que serão parentes e de Alcobaça. Claro, estas faianças eram sempre muito artesanais e cada peça acaba por ser única, aliás é nessa característica, que reside o seu encanto.

    Bjos

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